Correio Braziliense, n. 21.138, 09/04/2021. Cidades, p. 13

 

Variante de Manaus predomina no DF

09/04/2021

 

 

A variante do coronavírus que surgiu em Manaus, a P1, atualmente, é a que mais circula pelo Distrito Federal. A informação foi divulgada pelo secretário de Saúde, Osnei Okumoto. Ele afirma que, na segunda quinzena de março, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF) analisou 59 amostras genéticas de pessoas infectadas pela covid-19. Após sequenciamento genético, verificou-se que, em 55 dos materiais coletados, havia presença da P1. Três exames apresentaram resultado inconclusivo e apenas uma testou positivo para a cepa B 1.1.7, originária do Reino Unido. 

Em 17 de fevereiro, o Correio revelou que a variante britânica havia sido identificada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no DF. Dias antes, ela havia sido detectada no Entorno. O secretário Osnei Okumoto comentou que a maior circulação da P1 na capital federal seria um dos motivos do agravamento da pandemia, quando comparada ao início da crise sanitária, em março de 2020. “Não encontramos, entre esses pacientes (que fizeram exames), qualquer amostra do vírus que circulou na primeira onda. Detectamos um vírus de alta transmissibilidade e (que provoca) grande grau de internação, mas nada tem a ver com os vírus que encontramos no ano passado, na primeira onda”, declarou. 

Desde o início da pandemia, houve identificação de cinco variantes do novo coronavírus em circulação. A B.1.128, uma das primeiras a circular no DF; a P2, do Rio de Janeiro; a B.1.1.143, outra linhagem, identificada em diversas partes do país; a P1, de Manaus; e a B 1.1.7, encontrada, primeiramente, na Inglaterra. “Conseguimos ter esse levantamento mais preciso do porquê de termos tantos pacientes que precisaram de internação e atendimento em nossas unidades de saúde”, completou Okumoto, durante coletiva ontem, no Palácio do Buriti. O secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, reforçou a fala do chefe da Saúde: “Este ano, temos muito mais jovens sendo internados e pessoas que, antes, não eram acometidas ou não tinham sintomas. É importante destacar esse ponto, para reforçar a necessidade de todos continuarem tomando cuidado”, comentou.