O Globo, n. 32020, 07/04/2021, País, p. 6

 

Braga Netto: Defesa segue com ‘missão constitucional’

Daniel Gullino

07/04/2021

 

 

O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, afirmou ontem, ao tomar posse no cargo, que a pasta continuará sua “missão constitucional” de defender a pátria e os três Poderes. De acordo com Braga Netto, o ministério seguirá as orientações do presidente Jair Bolsonaro, mas dentro do que prevê a Constituição Federal. A troca de comando na pasta gerou a maior crise militar das últimas décadas no Brasil.

— A Defesa continua com sua missão constitucional, de defesa da pátria e dos Poderes constitucionais e conforme a orientação do senhor (Bolsonaro), dentro das quatro linhas do que prevê a Constituição — disse Braga Netto, em cerimônia reservada no Palácio do Planalto e sem a presença da imprensa.

Braga Netto substitui Fernando Azevedo e Silva, demitido na semana passada por Bolsonaro, que considerou que havia falta de alinhamento político. O novo ministro não citou seu antecessor em seu discurso. O militar agradeceu, no entanto, aos comandantes das três Forças Armadas, que foram demitidos por ele na semana passada, mas estavam presentes na cerimônia.

— Mais uma vez eu agradeço a todos os comandantes a gentileza e toda a prontidão, toda a amizade, todo o respeito, toda a dedicação e profissionalismo que os senhores têm demonstrado — disse Braga Netto, acrescentando esperar que os novos comandantes sigam o mesmo caminho.

O ministro Braga Netto também disse que o combate à Covi-19 é “prioridade” e que o trabalho nessa área “continua”:

— A Defesa continua na sua missão. Na sua prioridade hoje, da Covid, a Defesa já tem auxiliado... É um trabalho que continua, não tem nada de novo no que está sendo feito. É um trabalho coordenado, entre as três Forças.

ORDEM DO DIA

Na semana passada, no primeiro ato no posto, Braga Netto divulgou uma ordem do dia em que afirmava que a ditadura serviu para “pacificar o país” e “garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos. O ministro disse ainda que a data deveria ser “celebrada”.