Presidente do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto participou ontem da posse da nova ministra da Secretaria de Governo, a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF), em uma cerimônia reservada no Palácio do Planalto. Valdemar foi um dos condenados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no mensalão.

A cerimônia, fechada à imprensa, teve fotos divulgadas pela Planalto, em que Valdemar aparece sentado ao lado das principais autoridades presentes: o presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, que também tomou posse. A imagem foi removida posteriormente do site em que o Palácio do Planalto divulga os eventos oficiais.

Em seu discurso, Flávia agradeceu “de forma muito especial e carinhosa ”o apoio de Valdemar à escolha de seu nome. Ela também defendeu a importância de uma coalizão parlamentar para o funcionamento do governo:

—A democracia contemporânea exige uma engenharia política, baseada em uma coalizão parlamentar, que permita a governabilidade.

VISITA AO PRESIDENTE

Na semana passada, após a escolha de Flávia, Valdemar visitou Bolsonaro no Palácio da Alvorada. Segundo interlocutores do ex-deputado condenado no mensalão, tratou se de uma visita de cortesia motivada pela indicação.

Valdemar foi condenado a sete anos e dez meses de prisão. Em 2016, após cumprir cerca de dois anos e meio da pena, ele recebeu um indulto do Supremo Tribunal Federal (STF).

A nomeação de Flávia marcou mais uma etapa da aproximação de Bolsonaro como Centrão, bloco de partidos que ele criticava na campanha eleitoral. O Republicanos ocupa desde fevereiro do Ministério da Cidadania, com João Roma, enquanto o PP ganhou a presidência da Câmara, com o apoio de Bolsonaro. Um dos responsáveis por essa aproximação foi Luiz Eduardo Ramos, que ocupava a Secretaria de Governo e assumiu a Casa Civil. Em seu discurso, Ramos disse que “o grande articulador político” do governo é Bolsonaro:

—O grande articulador político deste governo foi, é, e sempre será Jair Bolsonaro. Eu estava apenas como um auxiliar aprendendo sempre e me surpreendendo com a sua perspicácia —disse, dirigindo-se a Bolsonaro.