Correio Braziliense, n. 21110, 12/03/2021. Brasil, p. 5

 

Em 48h, Brasil tem mais de 4,5 mil mortes

Fabio Grecchi 

Carinne Souza

Fernanda Strickland 

12/03/2021

 

 

Em 48 horas, o Brasil passou de 4,5 mil mortes causadas pela covid-19. Conforme dados coletados pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), reproduzidos pelo Ministério da Saúde, de terça para quarta-feira, o país somou 2.286. Ontem, foram mais 2.233, totalizando 4.519 vidas perdidas. Essa quantidade de mortos se aproxima da 20ª semana epidemiológica, registrada entre 10 e 16 de maio de 2020, quando o país computou 5.006 vítimas do novo coronavírus. Também fica perto do total geral de mortes em 27 de abril do ano passado, quando o país acumulava 4.554 óbitos desde o primeiro registro, em 17 de março.

De acordo com o painel do Conass, atualmente o Brasil tem 272.889 vidas perdidas para a covid-19. A quantidade de casos é de 11.277.717, sendo que, nas últimas 24 horas, foram 75.412 registros. A taxa de letalidade no Brasil está em 2,4% e a de mortalidade está em 129,9 para 100 mil habitantes.

Apesar desses números dramáticos, somente ontem o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, entregou o plano atualizado de vacinação e com a quinta redução seguida no número de doses. De acordo com o cronograma passado aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) — que cobraram os números, em ofício remetido à pasta na última terça-feira —, serão 201,9 milhões de injeções a serem entregues ainda no primeiro semestre deste ano.

No documento, Pazuello lista os imunizantes com os quais há acordo de compra e aqueles cujos contratos estão em andamento. Para este mês, a previsão é de 30 milhões de vacinas, que incluem: 3,8 milhões a serem entregues pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); 2,9 milhões pelo Covax Facility, consórcio adminsitrado pela Organização Mundial da Saúde (OMS); e as demais em entregas semanais pelo Instituto Butantan.

No documento remetido a Pacheco e Lira, Pazuello cita as negociações em andamento com a Pfizer, que reproduz a vacina desenvolvida pela empresa alemã BioNTech. Da mesma forma, aponta contratos não firmados com a Sputnik V, a ser reproduzida no Brasil pela União Química, e com a da Janssen, da Johnson & Johnson. Estão sendo negociados 10 milhões de doses do imunizante russo ainda para o primeiro semestre e 38 milhões do americano, mas para o segundo semestre de 2021.

O ministro ainda afirmou no documento que não há atraso no cronograma, mas lista “possíveis impasses nas entregas”. Mesmo assim, a quantidade de doses vem recuando gradativamente: caiu de 46 milhões de doses, em fevereiro, para algo entre 22 milhões e 25 milhões, conforme disse na última terça-feira.

* Estagiárias sob a supervisão de Fabio Grecchi

O que existe e o que está por vir

Acordos fechados

Fundação Oswaldo Cruz (vacina Covishield)

» Janeiro: 2 milhões

» Fevereiro: 2 milhões

» Março: 3,8 milhões

» Abril: 2 milhões (importadas da Índia) + 30 milhões (produção nacional com IFA importado)

» Maio: 2 milhões (importadas da Índia) 25 milhões (produção nacional com IFA importado)

» Junho: 2 milhões (importadas da Índia) 25 milhões (produção nacional com IFA importado)

» Julho: 2 milhões (importadas da Índia) 16,6 milhões (produção nacional com IFA importado)

* Com as entregas de julho, são 112 milhões de doses disponibilizadas pelo Ministério da Saúde.

** A partir do segundo semestre, com a incorporação da tecnologia da produção do insumo básico (IFA), a Fiocruz deverá entregar mais 110 milhões de doses 100% nacionais.

Fundação Butantan (vacina Coronavac)

» Janeiro: 8,7 milhões

» Fevereiro: 4,2 milhões

» Março: 23,3 milhões

» Abril: 15,7 milhões

» Maio: 6 milhões

» Junho: 6 milhões

» Julho: 13,5 milhões

* Até setembro, devem ser entregues os demais lotes, totalizando os 100 milhões contratados pelo Ministério da Saúde.

Covax Facility (consórcio da OMS)

» Março: 2,9 milhões (Covishield importada da Coreia do Sul)

» Até maio: 6,1 milhões (Covishield importada da Coreia do Su)

» Até dezembro, devem ser entregues os demais lotes, totalizando os

42,5 milhões contratados pelo Ministério da Saúde.

» Ainda no primeiro semestre de 2021: 20 milhões de doses (Covaxin importada da Índia)

Acordos em andamento

União Química (vacina Sputnik V)

» Abril: 400 mil (importadas da Rússia)

» Maio: 2 milhões (importadas da Rússia)

» Junho: 7,6 milhões (importadas da Rússia)

* Com a incorporação da tecnologia da produção do IFA, a partir da aprovação da Anvisa, a União Química deverá produzir no Brasil 8 milhões de doses por mês.

Pfizer/BioNTech

» A partir do segundo trimestre de 2021: 100 milhões de doses

Johnson & Johnson (Janssen)

» Entre julho e setembro: 16,9 milhões de doses

» Entre outubro e dezembro: 21,1 milhões de doses