Correio Braziliense, n. 21096, 26/02/2021. Política, p. 4

 

Almirante deve assumir Secom

Sarah Teófilo 

26/02/2021

 

 

O presidente Jair Bolsonaro deve trocar o secretário especial de Comunicação Social (Secom), Fabio Wajngarten, por um militar. Um dos motivos apontados nos bastidores são os diversos atritos dele com o ministro das Comunicações, Fábio Faria. A Secom é subordinada à pasta.

A possibilidade de troca já vinha sendo cogitada, com a informação de que o almirante Flávio Rocha ocuparia o espaço. Wajngarten é bem avaliado pela chamada ala ideológica do governo e deve ser colocado em outra área do governo, podendo atuar como assessor especial. O secretário foi empossado em abril de 2019, quando entrou no lugar do publicitário Floriano Amorim.

Flávio Rocha, amigo de Bolsonaro, chefia atualmente a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos (SAE) e, possivelmente, seguirá acumulando os dois cargos.
A Secom é responsável pela comunicação oficial do governo e pelo repasse de verbas publicitárias, o que aumenta o poder político da secretaria. Até Bolsonaro tem reconhecido que a área está muito aquém do que poderia ser. Especialmente para lidar com crises de imagem, como na pandemia e também na recente demissão do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.

Rocha é considerado um militar conciliador e de diálogo. Sem deixar a ativa, entrou no governo no ano passado e é figura constante ao lado de Bolsonaro nos eventos do Planalto. Nos últimos meses, ampliou sua proximidade com Fábio Faria e integrou a delegação que promoveu uma espécie de road show pela Ásia para avançar nas discussões sobre a adoção da tecnologia 5G. Como fala seis línguas, o almirante tem ajudado também nas conciliações diplomáticas com outros países, como foi o caso com a China. Na terça-feira, os dois se reuniram com o presidente para tratar da troca na Secom. (Com Agência Estado)