Correio braziliense, n. 21069, 30/01/2021. Política, p. 5

 

Renan afirma que MDB virou “bando”

30/01/2021

 

 

“Viramos um bando. Deixamos de ser partido.” Foi assim que o senador Renan Calheiros (AL) definiu a mudança protagonizada pelo MDB, um dia depois da decisão da bancada de abandonar a candidatura de Simone Tebet (MS) à Presidência do Senado para apoiar Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em troca de cargos. As mensagens de Renan, que era adversário de Simone até pouco tempo, foram postadas pelo aplicativo WhatsApp no grupo de senadores da sigla.

Na avaliação dele, o MDB “cristianizou” Simone e virou “pedinte”, com a bancada “mendigando” uma conversa com o Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para receber “carguinhos como favor”. “É o fim melancólico para quem liderou a Casa e, agora, foi rebaixado para a Série D”, escreveu Renan, que foi Presidente do Senado numa época na qual o partido também estava à frente da Câmara.

A vitória de Pacheco está praticamente assegurada. No momento, a única ameaça à campanha dele pode vir do Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte recebeu um mandado de segurança apresentado pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), que tenta impugnar a candidatura de Pacheco.

Kajuru pede ao tribunal que assegure o respeito à proporcionalidade na eleição. Segundo argumenta, esse critério dá à maior bancada o direito de indicar o presidente da Casa. No caso, é o MDB, que tem 15 senadores.