Correio braziliense, n. 21036, 28/12/2020. Política, p. 3

 

Mourão infectado pelo vírus

Maria Eduarda Cardim 

Jorge Vasconcellos 

28/12/2020

 

 

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, testou positivo para covid-19, na tarde de ontem. A informação foi prestada, através de uma nota, por sua assessoria, que acrescentou que ele permanecerá em isolamento na residência oficial do Jaburu. A nota oficial divulgada pela equipe do vice não faz menção sobre o quadro de saúde atual do vice-presidente nem cita datas de eventuais surgimentos de sintomas antes do diagnóstico. Diferentemente da postura adotada pelo presidente Jair Bolsonaro, Mourão costuma comparecer a eventos públicos utilizando máscara de proteção facial, como recomendam as autoridades sanitárias.

Esta é a segunda vez que Hamilton Mourão parte para um isolamento. Em maio, após ter contato com um servidor infectado pelo novo coronavírus, ele ficou recolhido até realizar o teste que deu negativo para a doença. Até agora, 14 ministros do governo Bolsonaro contraíram o novo coronavírus.

Um dia depois de afirmar que "não dava bola" para o fato de o Brasil estar atrasado na vacinação contra a covid-19, o presidente Bolsonaro utilizou as redes sociais para dizer, agora, que tem pressa para adquirir um imunizante contra a doença. "Temos pressa em obter uma vacina, segura, eficaz e com qualidade, fabricada por Laboratórios devidamente certificados. Mas a questão da responsabilidade por reações adversas de suas vacinas é um tema de grande impacto, e que precisa ser muito bem esclarecido", escreveu o presidente.

Ele também procurou afastar as acusações de que a agência reguladora atua politicamente. "A Anvisa é uma Agência de Estado, não de Governo. Sua atuação é independente e reconhecida no mundo todo, pela excelência do trabalho dos seus servidores", assegurou. Segundo Bolsonaro, o "presidente da República, caso exercesse pressões pela vacina, seria acusado de interferência e irresponsabilidade".

Pazuello

Em entrevista à TV Brasil, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reiterou que o início da vacinação no país deve ocorrer no final de janeiro, com a possibilidade de uso de imunizantes em caráter emergencial. Ele também garantiu que a vacina será distribuída igualitariamente dentro da proporcionalidade dos estados, independentemente da quantidade comprada. "Todos os estados receberão a vacina simultaneamente dentro da proporção de população", afirmou. (Com Agência Estado)

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mortes por covid-19 foram registradas pelo Ministério da Saúde nas últimas 24 horas. Também foram somadas 18.479 novas infecções. Segundo o MS, o Brasil contabiliza 7.484.285 diagnósticos positivos e 191.139 mortos pela doença.