Correio braziliense, n. 21026, 18/12/2020. Mundo, p. 12

 

Vizinhos na vanguarda

18/12/2020

 

 

Enquanto a brasileira Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não recebeu o pedido de liberação do uso de vacinas contra a covid-19, três nações vizinhas despontam na vanguarda do combate à pandemia na  América do Sul. A Argentina encomendou 300 mil doses da vacina Sputnik V, fabricada pela Rússia. Mesmo não aprovado pelos órgãos reguladores, o governo de Alberto Fernández começará a aplicar o imunizante nos argentinos com mais de 60 anos. A Sputnik V chegará a Buenos Aires às 18h (hora local) de 24 de dezembro. As autoridades esperam o envio de 5 milhões de doses até janeiro, indicou o jornal Clarín. 

No Chile, a vacina fabricada pelo consórcio Pfizer/BioNTech obteve, anteontem, autorização emergencial para uso por parte do Instituto de Salud Pública (ISP). Segundo o jornal La Tercera, a imunização deverá ocorrer entre 24 e 31 de dezembro. A vacinação deverá compreender cidadãos acima de 16 anos. “O Chile está na vanguarda e estamos muito contentes com essa boa notícia”, declarou Heriberto García, diretor do ISP. As 10,1 milhões de doses deverão chegar a Santiago do Chile, a partir dos Estados Unidos ou da Bélgica, armazenadas em recipientes de gelo seco que mantêm a temperatura a 70ºC abaixo de zero. A primeira remessa, prevista para a próxima semana, será distribuída, por vias terrestre e aérea, aos hospitais que aplicarão a primeira dose. 

Por sua vez, a Agência de Regulação e Controle Sanitário (Arcsa) do Equador também aprovou a aplicação da vacina Pfizer/BioNTech, na noite de terça-feira passada. Mais de 50 mil doses deverão desembarcar no país em janeiro. Terão prioridade de imunização os funcionários do setor de saúde, os idosos residentes em asilos e os empregados desses centros geriátricos. O segundo lote da vacinação está previsto para março e contemplará o restante dos médicos e enfermeiros que não tiverem recebido a dose, as forças de segurança e os bombeiros, assim como garis, trabalhadores de setores energéticos e grupos considerados de alto risco. Em uma terceira fase da campanha, serão vacinados os equatorianos com mais de 18 anos. Em 2021, a previsão é de imunizar até 60% da população, ou 9 milhões de pessoas.