O globo, n.31897, 05/12/2020. País, p. 11

 

Citado por Flávio, auditor da Receita é exonerado

Paulo Cappelli

05/12/2020

 

 

Citado pela defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso que investiga a suposta prática do "crack" na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o auditor fiscal Christiano Paes Leme Botelho foi exonerado ontem do cargo de chefe da Delegacia da Receita Federal do Rio. Botelho faz parte do argumento-chave de FlávioCitado pela defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso que investiga a suposta prática do "crack" na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o auditor fiscal Christiano Paes Leme Botelho foi exonerado ontem do cargo de chefe da Delegacia da Receita Federal do Rio. Botelho é parte do argumento-chave dos advogados de Flávio, que tentam provar uma suposta irregularidade no processo investigativo que tem como principais suspeitos o senador e seu ex-assessor Fabricício Queiroz.

A defesa de Flávio argumenta que os dados fiscais do senador que embasaram a investigação e posterior denúncia foram obtidos de forma ilegal, o que comprometeria o desfecho da investigação e abriria brecha para anular a ação penal que pode ser acatada pela Justiça. O Ministério Público do Rio (MP-RJ) denunciou, em outubro, FlávioA defesa de Flávio argumenta que os dados fiscais do senador que embasaram a investigação e posterior denúncia foram obtidos de forma ilegal, o que comprometeria o resultado da investigação e abriria brecha para anular a ação penal que pode ser acatada pela Justiça. O Ministério Público do Rio (MP-RJ) denunciou, em outubro, Flávio por práticas de lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato.

SITUAÇÕES SEMELHANTES

FlávioA defesa de Flávio não aponta o envolvimento de Botelho no caso específico do senador, mas cita situações semelhantes em que o auditor teria acessado, de forma irregular, dados de terceiros.

Na edição de ontem do Diário Oficial, A Exoneração de Botelho aparece como "on demand" "Procurado, Flávio Bolsonaro disse, por meio de sua assessoria, que não falaria sobre o assunto. Na denúncia apresentada pelo MP-RJ, Flávio é apontado como líder da organização criminosa e Queiroz como operador do suposto esquema de corrupção que funcionava no gabinete do ex-senador na Alerj. A investigação teve início em julho de 2018, após relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar movimentação atípica de R $ 1,2 milhão na conta de Queiroz. No documento, foi apontado que oito assessores de FlavioNa edição de ontem do Diário Oficial, A Exoneração de Botelho aparece como "on demand" "Procurado, Flávio Bolsonaro disse, por meio de sua assessoria, que não falaria sobre o assunto. Na denúncia apresentada pelo MP-RJ, Flávio é apontado como líder da organização criminosa e Queiroz como operador do suposto esquema de corrupção que funcionava no gabinete do ex-senador na Alerj. A investigação teve início em julho de 2018, após relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar movimentação atípica de R $ 1,2 milhão na conta de Queiroz. No documento, era apontado que oito auxiliares de Flávio fizeram transferências para Queiroz. Após a violação do sigilo bancário e fiscal de 106 pessoas e empresas em abril de 2019, o MP apontou para um suposto esquema em que os assessores deviam devolver a maior parte de seus salários a Queiroz. Muitos seriam até "empregados fantasmas". O dinheiro foi repassado por transferências, depósitos, mas também em espécie.

O Grupo de Ação especializado de Combate à Corrupção (Gaecc) do MP-RJ apontou nos documentos que 13 ex-assessores depositaram em 11 anos R $ 2,06 milhões na conta de Queiroz (69% do valor em dinheiro). Além disso, esse grupo sacou R $ 2,9 milhões em espécie no período. Depois, segundo a MP, o dinheiro foi lavado e devolvido ao FlávioO Grupo de Ação especializado de Combate à Corrupção (Gaecc) do MP-RJ apontou nos documentos que 13 ex-assessores depositaram em 11 anos R $ 2,06 milhões na conta de Queiroz (69% do valor em dinheiro). Além disso, esse grupo sacou R $ 2,9 milhões em espécie no período. Depois, segundo a MP, o dinheiro foi lavado e devolvido ao Flávio. A partir dos dados das violações do sigilo bancário e fiscal, o Ministério Público aponta que o senador utilizou pelo menos R $ 2,7 milhões em dinheiro do esquema.

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Planalto mobilizou órgãos de investigação 

05/12/2020

 

 

As supostas ilegalidades cometidas por fiscais da receita federal na investigação do esquema do "crack" na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) foram discutidas em reunião no Palácio do Planalto, no dia 25 de agosto. Estiveram presentes o presidente Jair Bolsonaro, os advogados do O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos RJ), o ministro Augusto Heleno, da Secretaria de Segurança Institucional (GSI), e o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem. A reunião não foi divulgada na agenda oficial do presidente. Segundo o colunista Guilherme Amado, da revista Época, após o encontro com os advogados GSI, Abin, Receita Federal e Governo Federal ' s O Serviço de Processamento de Dados (Serpro) foi mobilizado para apurar algumas evidências que apontassem irregularidade nos relatórios produzidos sobre o Flávio pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A defesa de Flávio também entrou com pedido, no final de outubro, para que a Procuradoria Geral da República (PGR) investigue supostas ilegalidades cometidas por fiscais. No documento, os advogados do senador pedem ao Serpro que informe a identificação dos servidores que acessaram as informações fiscais de Flávio e sua esposa.