O Estado de São Paulo, n.46336, 28/08/2020. Economia, p.B3

 

'Queria o auxílio na mão do Tarcísio', diz presidente

Julia Lindner

Gustavo Porto

Nicholas Shores

28/08/2020

 

 

O presidente Jair Bolsonaro voltou a reclamar ontem do custo mensal de R$ 50 bilhões do auxílio emergencial a informais e afirmou que gostaria de destinar o valor para o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, investir em obras públicas.

Após divergências explícitas ao longo da semana, Bolsonaro também falou que a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, informou que "a economia está reagindo" e que espera que isso aconteça de fato.

"Vamos prorrogar o auxílio emergencial até o fim do ano. Eu falei que o auxílio de R$ 600 é muito e o pessoal bateu em mim. Mas é muito para quem paga, é muito para o País. Alguns falam 'esse dinheiro é nosso'. Não, o dinheiro não é seu, é endividamento", disse o presidente durante transmissão ao vivo nas redes sociais.

Bolsonaro falou ao lado da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, no Palácio da Alvorada.

O presidente, que tem participado de uma série de inaugurações públicas no País nas últimas semanas, afirmou que queria os R$ 50 bilhões do auxílio "na mão do Tarcísio". "Eu acho que em um ano, praticamente, ele resolveria os grandes problemas de Infraestrutura do Brasil", disse Bolsonaro. Damares, então, interrompeu e pediu R$ 5 bilhões para a sua pasta, mas foi ignorada.

O presidente repetiu que considera "pouco" a proposta da equipe econômica para a prorrogação do auxílio emergencial de R$ 200 por mês, mas que os atuais R$ 600 são "muito". "A ideia é entre 200 e 600 até o fim do ano", declarou.

Sobre a ideia de estender o benefício além de dezembro deste ano, Bolsonaro disse quebraria o Brasil e faria o País perder a confiança.

Confiança

"Eu acho que em um ano, praticamente, ele ( Tarcísio de Freitas) resolveria os grandes problemas de Infraestrutura do Brasil."

Jair Bolsonaro

PRESIDENTE DA REPÚBLICA