Correio braziliense, n. 21001, 23/11/2020. Cidades, p. 14

 

280 novos registros no DF

Washington Luiz 

23/11/2020

 

 

A Secretaria de Saúde (SES-DF) confirmou, ontem, mais cinco mortes por covid-19 no Distrito Federal. Os óbitos ocorreram entre os dias 10 e 20 deste mês, segundo a pasta. Desde o início da pandemia, o vírus matou 3.867 pessoas na capital do país. O número de casos passa de 223,8 mil, sendo que, entre sábado e domingo, houve 280 novos registros da doença. Desse total, 95,9% dos pacientes se recuperaram.

As regiões com mais notificações são: Ceilândia (27.037 casos), Plano Piloto (18.531), Taguatinga (18.452), Samambaia (13.934) e Águas Claras (11.672). Do total de vítimas, 312 moravam fora do Distrito Federal, nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Roraima, Tocantins, Amapá, Rio de Janeiro e Bahia. A média mensal de casos de covid-19 no DF tem mostrado tendência de queda desde a segunda quinzena de agosto. No entanto, ainda é cedo para abrir mão dos cuidados com a saúde.

Especialistas não descartam a possibilidade de uma segunda onda atingir a capital federal. "A fotografia da pandemia no DF é de estabilidade. Agora, quanto ao filme, eu tenho dúvidas", pondera Roberto José Bittencourt, doutor em saúde pública e professor da Universidade Católica de Brasília (UCB). "Estamos cercados de áreas onde a pandemia está aumentando. Ainda há muita possibilidade de infecção. Temos 400 mil infectados, ou seja, mais de dois milhões de pessoas podem ser contaminadas. Se começarmos a ter uma taxa de transmissão alta em volta do DF, a chance de a situação piorar, aqui, aumenta", alerta.

A preocupação se justifica pelo fato de o indicador que avalia a transmissibilidade do vírus no DF estar em 0,99. Quando esse número é menor do que 1, os casos de uma epidemia tendem a diminuir. Porém, quando fica acima de 1, o contágio avança. Os maiores valores verificados na capital do país apareceram em março. A taxa ficou em 3,10 e 2,99, com oscilações abaixo de 2 entre os meses de abril e julho.

Para evitar o aumento da disseminação do novo coronavírus, o médico orienta que os brasilienses mantenham os protocolos de segurança sanitária ativos. Todas as precauções devem ser seguidas tanto por quem foi infectado quanto por quem ainda não teve contato com o micro-organismo. "A população tem de fazer a parte dela: usar máscara, manter o distanciamento de dois metros (das outras pessoas) e evitar aglomerações. O governo precisa fazer fiscalização de pontos de aglomeração e, também, a vigilância epidemiológica", reforça Roberto José.