Correio braziliense, n. 20990, 12/11/2020. Negócios, p. 9

 

Gasolina fica 6% mais cara

Fernanda Strickland 

12/11/2020

 

 

A Petrobras divulgou, ontem, novo reajuste no preço dos combustíveis praticado nas refinarias, seguindo valorização do petróleo no mercado internacional. A gasolina terá aumento de 6% e o diesel (S10 e S500), de 5%. O diesel utilizado por navios terá alta de 5,2%, informou a estatal. Os novos valores passam a valer a partir de hoje.

Com o aumento do diesel em 5,0% ou R$ 0,0855 por litro, o impacto é de R$ 0,0760 (11% Biodiesel). Já a gasolina, com o aumento em 6% ou R$ 0,0947, o impacto é de R$ 0,0691 (27% Anidro). Ainda não há uma tabela de preços médio dos combustíveis.

O aumento segue a valorização do preço do petróleo Brent no mercado internacional, que, impulsionado por avanços nas pesquisas das vacinas contra a covid-19, vem subindo fortemente nos últimos dias, voltando a patamar próximo de US$ 45 o barril.

A assistente pessoal Angela Teodoro, 38 anos, diz que o aumento é mais um absurdo do governo. "Eu acho horrível porque vai fazer falta na minha renda no fim do mês. Na minha opinião, poderia ser mais barato, pois há muito tempo que os valores só sobem", pontuou.

"Discutível"
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustiveis-DF), Paulo Tavares afirma que o aumento é "discutível". "Vocês vão reparar que, com a eleição nos Estados Unidos, o barril do petróleo deu uma estacionada e o dólar despencou. Então, o governo vem praticando a sua política de preços, 100% atrelada ao preço do mercado. É preciso entender o que o governo quer com essa política. Se as tendências são de baixa, por que ele faz um aumento agora de 10 centavos tão alto?"

E continua: "Às vezes, o preço está lá em cima, e o dólar vem e baixa o preço. Na minha concepção, tenho percebido que o governo está fazendo uma intervenção na Petrobras, pois eles não estão adotando a política que seria 100% atrelada ao mercado internacional, seja para cima ou para baixo".

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro