O Estado de São Paulo, n.46313, 05/08/2020. Metrópole, p.A21

 

Economia diz que meta de redução de desmate está mantida

Mateus Vargas

05/08/2020

 

 

O Ministério do Meio Ambiente recuou da tentativa de alterar a meta de reduzir em 90% o desmatamento e os incêndios ilegais em todo o País, previsto no Plano Plurianual (PPA) do governo até 2023. Como revelou o Estadão, a pasta comandada por Ricardo Salles queria trocar este objetivo pela garantia de preservação de apenas uma área específica de 390 mil hectares de vegetação nativa na Amazônia em um programa recémcriado, o Floresta+ Amazônia.

O recuo foi informado pelo Ministério da Economia na noite desta terça-feira. Segundo nota da pasta, o Meio Ambiente mantém a meta de reduzir em 90% as ações ilegais em todos os biomas – não só na Amazônia –, mas pede envolvimento de outros ministérios em ações de controle, como a Agricultura, Justiça e Defesa. "Nesse contexto, a proposta inicial de alteração da meta apresentada pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente) precisou ser ajustada para se adequar aos critérios legais, o que foi feito pelo MMA ao propor uma nova redação para análise do ME (Ministério da Economia)", diz a nota.

Segundo o ministério comandado por Paulo Guedes, a nova redação para a meta proposta pelo Ministério do Meio Ambiente mantém o porcentual de reduzir a devastação ambiental em 90% até 2023. "Reduzir o desmatamento e os incêndios ilegais nos biomas em 90%, através da implementação transversal das políticas estipuladas para cada uma das iniciativas envolvidas no Plano Nacional para Controle do Desmatamento Ilegal e Recuperação da Vegetação Nativa 2020 - 2023, quais sejam, MAPA (Ministério da Agricultura), MJ (Ministério da Justiça), MCTI (Ministério da Ciência e Tecnologia), MD (Ministério da Defesa), Minfra (Ministério da Infraestrutura), MME (Ministério , MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional), entre outros", disse a Economia.

A pasta de Guedes não informou se a nova redação foi apresentada antes ou depois desta terça-feira, quando foi revelada a tentativa de Salles de limitar a meta no PPA. Também procurada por e-mail e por telefone, a assessoria do ministro do Meio Ambiente não se manifestou.

Mais cedo, em entrevista em Brasília, Salles disse que o governo mantinha o objetivo de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, como determina o Acordo de Paris. Salles afirmou que a mudança no plano teria como objetivo traçar uma estratégia "ano a ano" para alcançar este compromisso.