Correio braziliense, n. 20979, 31/10/2020. Política, p. 3

 

Campanha para candidatos a prefeituras

Ingrid Soares 

31/10/2020

 

 

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, ontem, que os candidatos apoiados por ele nas principais cidades do país, como Rio de Janeiro e São Paulo, sairão vitoriosos nas eleições municipais. O chefe do Executivo tem dado respaldo a Celso Russomanno (Republicanos) para a prefeitura paulista, e a Marcelo Crivella (Republicanos), que busca novo mandato carioca. Ambos estão em situação difícil nas pesquisas de intenção de voto.

Crivella foi recebido por Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, para a gravação de um vídeo de campanha. O presidente disse que o encontro foi "muito bom". "Até gravamos um pequeno vídeo. Costumo dizer o seguinte: eu comparo os municípios do Brasil com as células do corpo humano. Quanto mais células boas, melhor é para o corpo como um todo no Brasil", frisou. "E prefeitura do Rio, de São Paulo... Acabei de conversar com o Celso Russomanno, agora. Há interesse para um projeto, além de atender ao município, obviamente, de a gente se cercar, cada vez mais, de boas células, preocupadas com os valores familiares, respeitando a religião de cada um, além de, obviamente, fazer um bom trabalho", emendou a apoiadores na porta da residência oficial, pouco tempo antes de embarcar para Guarujá (SP), onde passará o feriado, ao lado da filha, Laura.
Bolsonaro também defendeu Crivella, afirmando que o prefeito carioca é constantemente atacado. O presidente ainda apostou em um segundo turno e disse que seus candidatos "ganharão nos dois municípios". "O Crivella pegou um município cheio de problemas, e a dívida foi diminuída bastante, não é fácil. Ele foi muito atacado por uma rede funerária de televisão, assim como eu sou o tempo todo, e ele está em segundo lugar nas pesquisas lá", destacou. "Eu acho que vai ter segundo turno no Rio, como vai ter em São Paulo. A gente vai ganhar nos dois municípios."

O chefe do Planalto ressaltou que gostaria de participar mais das eleições municipais, mas que não tem condições de arcar com as despesas de segurança e viagens pelo país. Disse que a cabeça dele "está valendo alguma coisa no mercado", e, por isso, não pode se descuidar. "Eu não posso me empenhar mais, porque, para eu ir fazer campanha lá, tenho de pegar um avião de carreira. Eu não tenho recurso para isso, levar uns 30 seguranças ou contratar uns 100 lá, porque minha cabeça está valendo alguma coisa no mercado, literalmente falando, e não posso abrir mão de segurança", enfatizou.

Ele também elencou nomes que apoia na corrida municipal. "Eu me elegi pelas mídias sociais, agradeço a muitos de vocês que acreditaram, e a mesma coisa pode ser feita não só lá, como tenho dito. Tenho um candidato a prefeito em BH, Bruno Engler; tem o coronel Menezes, lá em Manaus; tem o Sartori, em Santos", disse. "Tem alguns vereadores. Tem vereador até em Boa Vista, Roraima. Tenho duas em São Paulo. Candidatos à reeleição no Rio de Janeiro. Eu não posso me envolver, senão, a minha vida fica muito atrapalhada, e o Brasil não pode parar."

Por fim, o chefe do Executivo repetiu o que tinha dito na live da quinta à noite. Ao falar de candidatos que apoiava pelo Brasil, afirmou que o nome de Crivella era polêmico, mas que o conhecia há tempos. No entanto, ao recomendar a reeleição do prefeito, destacou que "quem não quiser votar nele, tudo bem".