O globo, n. 31848, 17/10/2020. Economia, p. 32

 

Desemprego sobe para 14,4% no fim de setembro

Cassia Almeida

17/10/2020

 

 

Em apenas uma semana, mais 700 mil pessoas passaram a procurar uma vaga. No total, são 14 milhões em busca de trabalho

A taxa de desemprego voltou a cair para 14% na quarta semana de setembro, segundo a pesquisa nacional por amostra contínua de domicílios Covid (Pnad Covid), divulgada ontem pelo IBGE. No intervalo de uma semana, a taxa passou de 13,7% para 14,4% e mais 700 mil trabalhadores ingressaram no contingente de desocupados, que chegou a 14 milhões de pessoas. A variação, no entanto, não é considerada significativa pelo IBGE. O percentual de desocupados é o maior desde a primeira semana de maio, quando havia ficado em 10,5%. Era o início da pesquisa que mede o efeito da nova pandemia de coronavírus no mercado de trabalho. Desde então, o desemprego só aumentou. Com o relaxamento da quarentena, algumas atividades econômicas voltaram a funcionar, e a escala da crise no mercado de trabalho se intensificou a cada semana.

 A TAXA PODE ATINGIR 20%

Maria Lucia Vieira, coordenadora da pesquisa do IBGE, explica que o movimento do desemprego pode ser explicado pelo maior número de pessoas procurando vagas. - Embora as informações sobre o desemprego tenham ficado estáveis ​​na comparação semanal, elas sugerem que mais pessoas estão pressionando o mercado de trabalho, em meio à flexibilização das medidas de distanciamento social e à retomada das atividades econômicas - afirma. A população ocupada foi de 83 milhões entre 20 e 26 de setembro, ante 83,7 milhões na semana anterior, o que também é considerado estabilidade. O percentual de empregados era de 48,7% dos trabalhadores, ante 49,1% na terceira semana de setembro. Por outro lado, o número de brasileiros que não trabalharam e nem procuraram emprego no período atingiu 73,4 milhões, em linha com os 73,6 milhões da semana anterior. Destes, cerca de 15. 3 milhões gostariam de trabalhar, mas não procuraram emprego por causa da pandemia ou porque não vêem oportunidades onde vivem. São potenciais desempregados que ainda não conseguiram oferecer a sua mão-de-obra ao mercado. Se todos voltarem a procurar emprego, a taxa de desemprego no Brasil pode chegar a 26% ou mais de um quarto da população capaz de trabalhar. A ajuda emergencial mantém esses milhões de trabalhadores em casa, mas o benefício foi cortado pela metade e o governo diz que vai acabar até o final deste ano. a taxa de desemprego no Brasil pode chegar a 26% ou mais de um quarto da população capaz de trabalhar. A ajuda emergencial mantém esses milhões de trabalhadores em casa, mas o benefício foi cortado pela metade e o governo diz que vai acabar até o final deste ano. a taxa de desemprego no Brasil pode chegar a 26% ou mais de um quarto da população capaz de trabalhar. A ajuda emergencial mantém esses milhões de trabalhadores em casa, mas o benefício foi cortado pela metade e o governo diz que vai acabar até o final deste ano.

 SAÍDA PELA INFORMALIDADE

Nem todos, porém, deveriam ficar desempregados. Grande parte vai para a informalidade e a outra vai sair definitivamente do mercado, por causa da concorrência, que será imensa. Se metade dos 15,3 milhões estiver procurando emprego, o desemprego aumentará para 20%.

A pesquisa mostra ainda que a população ocupada e afastada do trabalho por motivo de distância social foi de 3,3%, sem variação em relação à semana anterior.