O globo, n. 31841, 10/10/2020. País, p. 6

 

Largada na TV

10/10/2020

 

 

Principais candidatos do Rio e em São Paulo defendem legados e se antecipam a críticas

No primeiro dia de eleições, Crivella disse que herdou problemas de caixa, enquanto Eduardo Paes disse que vai retomar “tudo que foi abandonado” pelo prefeito.

Além da propaganda eleitoral na TV e no rádio, ontem, os primeiros lugares nas pesquisas de intenção de voto buscaram mostrar antídotos para pontos sensíveis em suas campanhas e defender conquistas. Os candidatos menos conhecidos se concentraram na apresentação pessoal. Ainda na capital carioca, Eduardo Paes (DEM) e Marcelo Crivella (republicanos) anteciparam a defesa aos ataques que costumam receber, em São Paulo o atual prefeito Bruno Covas (PSDB) falou sobre sua luta contra o câncer e defendeu as conquistas de sua gestão na saúde e Celso Russomanno (republicano) apostaram no apoio que recebeu do presidente Jair Bolsonaro. Em sua estreia no Rio, Paes optou por enfrentar o tema da corrupção, para tentar romper com a imagem do ex-governador Sérgio Cabral, e disse que ninguém pode ser julgado por ser ” amigos de quem se sujou. ”Já Crivella repetiu que é“ o mais insatisfeito de todos os cariocas ”e queria ter feito mais no posto. Seu esforço é tentar superar a alta rejeição. Por isso, o uso da imagem de Bolsonaro deve esperar um pouco mais. Na disputa entre o atual e o ex-ocupante do posto, ocorreram ataques lado a lado. Crivella afirmou que assumiu o município com problemas de caixa e obras superfaturadas, pois tinha "R $ 15 bilhões a menos para cuidar" do rio. Paes, por sua vez, disse que a cidade “não suporta mais" um novo Crivella e um novo Wilson Witzel, em referência ao governador longe do rio. Afirmou que vai colocar em funcionamento "tudo o que foi abandonado por Crivella" ” da Silva (PT), com a imagem de uma favela ao fundo, destacou que o Rio nunca teve uma mulher negra como prefeita e se dedicou ao tema Saúde. Os demais candidatos a prefeito do Rio aproveitaram o primeiro programa para se apresentar ao eleitor.

Em campanha ainda morna no Rio, o cientista político Felipe Borba, professor da Uni-Rio, acredita que desde o início a propaganda na TV e no rádio deve elevar a temperatura.

- A hora da eleição costuma despertar o eleitor para a disputa. Este ano, além da pandemia, temos um eleitor carioca muito desesperado, após denúncias de corrupção e de prisão e demissão de governadores - afirma.

 DOENÇA DE BOLSONARO

Em São Paulo, o líder da pesquisa Celso Russomanno procurou associar sua imagem à do Bolsonaro. O deputado federal frisou que tem o apoio do presidente, que até aparece no jingle do candidato. O desafio do candidato é não repetir as duas últimas eleições, quando perdeu para Fernando Haddad (PT), em 2012, e João Doria (PSDB), em 2016, após cair na frente. Já Bruno Covas, candidato com o maior tempo da eleição, dividiu seu programa em duas partes. No primeiro semestre, o prefeito destacou a construção de oito hospitais durante sua pandemia e sua ida aos Estados Unidos para fechar um empréstimo para a área. O prefeito é criticado justamente pela falta de grandes obras em sua gestão. No segundo tempo, Covas falou sobre sua luta contra o câncer e contra a Covid-19 e lembrou do avô, Mario Covas, que foi governador e prefeito da capital paulista. 

No segundo pelotão das urnas, o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, trouxe para o programa o ator Wagner Moura. Já o ex-governador Márcio França dedicou sua estreia às vítimas do coronavírus. Ao final do programa, a França afirmou que tudo mudou com a pandemia e, portanto, a prefeitura também deve mudar, em uma crítica indireta a Bruno Covas.

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Bolsonaro é seletivo nas aparições nas propagandas

10/10/2020

 

 

Candidatos de Belo Horizonte e Manaus contaram com participação do presidente; Wal do Açaí foi a única vereadora agraciada

 Na estreia do programa eleitoral gratuito, alguns candidatos puderam divulgar vídeos de apoio gravados nas últimas semanas pelo presidente Jair Bolsonaro. As eleições deste ano serão o primeiro teste da popularidade de Bolsonaro nas pesquisas desde 2018.

Em terceiro lugar nas pesquisas sobre a disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte (MG), com 3% dos votos, o candidato Bruno Engler (PRTB), de 23 anos, divulgou vídeo com o presidente dizendo que se fosse um mineiro, ele votaria nas eleições. "Com certeza, alia-se diretamente à presidência da República", diz Bolsonaro, mencionando conhecer o candidato "há muitos anos". O presidente também emprestou sua imagem a um candidato a prefeito de Manaus (AM). "Meus amigos e meus amigos, sou o Coronel Menezes, escolhido e apoiado pelo Presidente Bolsonaro, por ter a competência e a coragem de acabar com todo esse mamata", disse o candidato do Patriota na abertura de seu programa eleitoral. Em Santos (SP), o candidato Ivan Sartori (PSD) reproduziu trecho da apresentação de Bolsonaro em que afirma apoiar um candidato da cidade, mas sem citar seu nome. "Sabe aquela mé O candida todo presidentbolso na Roem Santos?", Diz a mensagem inicial do programa.

Entre os candidatos a vereador, onlya suma tinha um vídeo exclusivo do presidente. É seu ex-funcionário WAlderice Santos dA Conceção, a WAldo Açaí, candidato a vereador de Angra dos Reis (RJ). "Orientei a wal a vir candidata a vereadora lá por Angra dos Reis e você, na medida do possível, peço que votem no Wal. Ela está colocando o nome de Wal Bolsonaro. Está autorizado" ", diz a presidente. Na pré-eleição para o Senado, em Mato Grosso, o Bolsonar foi citado como propaganda por três candidatos, mas apenas o coronel Fernanda (Patriota) deu declarações de Saruma em apoio à sua candidatura.