O Estado de São Paulo, n.46295, 18/07/2020. Metrópole, p.A27

 

País tem mais de mil mortes e OMS vê 'vírus no comando'

Sandy Oliveira

18/07/2020

 

 

Segundo Organização Mundial da Saúde, Brasil não está mais 'na subida', mas queda de registros é incerta

Após ultrapassar anteontem a marca de 2 milhões de contaminações pela covid-19, o Brasil registrou pelo quarto dia consecutivo mais de 1,1 mil mortes pela doença em 24 horas. Nos últimos sete dias, o País relatou uma média diária de 1.058 óbitos por covid-19.

Os números estão em elevação. Ontem, foram 1.110 novas mortes e mais 32.448 casos confirmados de infecção em 24 horas, segundo dados do levantamento realizado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL com as Secretarias Estaduais de Saúde. No total, foram mais de 77.932 vidas perdidas por causa da covid-19 e 2.047.186 pessoas já infectadas. O Estado de São Paulo, líder em óbitos e infecções, chegou ontem a 19.377 mortes por novo coronavírus – das quais 339 em 24 horas. O número de casos confirmados até agora é de 407.415 – mais 5.367 casos.

Maracanã. No Rio, o Ministério Público e a Defensoria do Estado acionaram a Justiça, que determinou que o governo estadual mantenha as atividades do hospital de campanha do Maracanã. Todos os pacientes estavam sendo transferidos. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) alegou que a remoção dos pacientes é "preventiva", motivada pelo fim do contrato com a organização social Iabas, que gere a unidade.

OMS. Ainda ontem, o diretor do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou que vários países – incluindo o

Brasil – não conseguiram controlar a pandemia. "Até agora, é o vírus que está no comando, que está ditando as regras. Nós é que precisamos ditar as regras em relação ao vírus."

Na curva da pandemia, o Brasil não está mais na subida, mas ainda não está em queda sistemática. "E não há maneira de garantir que a queda vai ocorrer por si", disse. O diretor ressaltou que o platô, esse ponto da curva da doença em que há estabilidade de casos e mortes, é a oportunidade para suprimir a transmissão e levar a curva para baixo. "Para isso, são necessárias ações coordenadas, aplicadas de forma sustentada."