O globo, n. 31831, 30/09/2020. Economia, p. 21

 

Em agosto, auxílio foi única renda de 4,2 milhões de lares

30/09/2020

 

 

Cerca de 4,2 milhões de domicílios brasileiros tiveram como única fonte de renda o auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal em agosto, informou ontem o G 1, citando estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O levantamento aponta que o Nordeste foi a região coma maior proporção de domicílios que contaram apenas como benefício, sem qualquer outra fonte de renda: 10,57%. Nos estados do Piauí e da Bahia, passou de 13% o total de famílias que dependeram exclusivamente do auxílio.

O Ipea apontou ainda que a ajuda financeira foi suficiente para superar em 41% a perda da massa salarial entre quem permaneceu ocupado em agosto. Entre os domicílios mais pobres, no entanto, a alta na renda habitual no mês foi de 132% do que teria sido sem o recebimento do auxílio.

Na comparação com julho, de modo geral, os trabalhadores receberam em agosto 89,4% dos rendimentos habituais (2,3 pontos percentuais acima de julho) — R$ 2.132 em média, contra uma renda habitual de R$ 2.384.

Já os trabalhadores do setor privado sem carteira assinada receberam 86,1% do habitual, contra 85% em julho. Trabalhadores do setor privado com carteira e funcionários públicos mantiveram mais de 94% do rendimento habitual.

CONTA-PRÓPRIA: MELHORA

O Ipea destacou que a recuperação do nível de renda foi maior entre os trabalhadores por conta própria, que receberam em agosto 76% do habitual, contra 72% em julho, alcançando rendimento efetivo médio de R$ 1.486.

“Ainda que tenham recuperado parcela mais significativa da perda salarial devido à pandemia, os conta-própria continuam tendo um dos menores índices de renda efetiva”, enfatizou o estudo.