Correio braziliense, n. 20951, 03/10/2020. Brasil, p. 5

 

Saúde lança campanha de multivacinação

Bruna Lima 

Renata Rios 

03/10/2020

 

 

O Brasil ocupa um lugar de destaque quando o assunto é vacinação da população. Para manter essa posição, o Ministério da Saúde lançou, ontem, a Campanha Nacional de Multivacinação. Medidas de distanciamento e segurança foram adotadas para incentivar os responsáveis a levar os filhos aos postos de saúde durante a pandemia. A falta de vacinação pode ter consequências graves, em especial para a saúde de crianças menores. Em um cenário nacional, a baixa adesão pode levar doenças já erradicadas, como a poliomielite, a voltarem a ocorrer no Brasil.

Começando na próxima segunda-feira, estendendo-se até 30 de outubro, a campanha visa atacar várias doenças, mas tem como foco a vacinação contra a poliomielite em crianças de 1 a 5 anos. Outro objetivo é atualizar as cadernetas de vacinação de crianças e adolescentes de até 15 anos.

A campanha acontece em um momento que a vacinação vem caindo devido à covid-19. “Eu acredito que tenha relação com a pandemia, já que as unidades onde estão os postos oferecem, também, atendimento aos pacientes com covid”, explicou a pediatra Milen Mercaldo, do Hospital Anchieta de Brasília e médica da família na rede pública.

O ministério reforçou que a rede pública está preparada para vacinar de maneira segura. Entre as medidas que visam mitigar os riscos está a administrar os imunizantes em locais abertos, garantir local apropriado para higienizar as mãos ou disponibilizar álcool 70%, realizar triagem das pessoas que apresentarem sintomas respiratórios e a orientação para que apenas uma pessoa acompanhe quem for ser vacinado.

“Estamos todos aqui, do SUS, do ministério, Conass e Conasems (conselhos nacionais de secretários de saúde estaduais e municipais), para demonstrar a importância de vacinar as pessoas. Observar as 18 vacinas da multivacinação é realmente fantástico. Vai da BCG, da hepatite B até HPV, passando por rotavírus, poliomielite, varicela, difteria, sarampo, caxumba, rubéola, pneumonia…”, detalhou o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.

A médica Milen Mercaldo destacou que o calendário vacinal brasileiro é bem completo. “Ele tem todas as vacinas que a criança precisa para a segurança da primeira infância. Abarca as principais doenças dessa fase que poderiam causar alguma complicação maior”, ponderou. A especialista ressaltou a importância de as crianças serem imunizadas na data correta. “A criança precisa de todas as vacinas na data correta. Caso ela não tome a vacina na data certa e o vírus esteja circulando, tem chance de contrair doença grave”, observou.

Durante entrevista coletiva, Pazuello frisou a necessidade de a população confiar nos imunizantes.  “Quando nós oferecemos uma vacina, a mãe e o pai têm que ter confiança para levar o seu filho para tomar a vacina. São especialistas muito qualificados que estão por trás dessa vacina. E trabalhamos muito para acrescentar, nesse rol, a vacina para combater a covid-19”, adiantou, acrescentando que o programa pode incorporar a produção de diferentes iniciativas.