Correio braziliense, n. 20949, 01/10/2020. Brasil, p. 6

 

Doria fala em vacinação a partir de dezembro

Renata Rios

01/10/2020

 

 

Após 15 dias sem registrar mais de mil mortes em 24 horas, o Brasil voltou a bater uma triste marca, com 1.031 óbitos; totalizando 143.952 vidas perdidas. De acordo com o balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, ontem, o registro de casos confirmados foi de 33.413, chegando a 4.810.935 de infectados. Também, ontem, contudo, o governador João Doria (PSDB) afirmou que, se a CoronaVac passar na fase de testes em voluntários e for aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacinação poderá ocorrer já a partir de 15 dezembro, começando  por profissionais de saúde de unidades públicas e privadas do estado de São Paulo.

Doria anunciou um acordo com a farmacêutica chinesa Sinovac para o fornecimento da vacina. “O vice presidente mundial da Sinovac, Weining Meng, veio ao Brasil, e assinará comigo e com o doutor Dimas Covas este contrato, que garante o fornecimento das 46 milhões de doses, agora, para dezembro, e mais 14 milhões de doses da vacina até fevereiro de 2021, totalizando, assim, 60 milhões de doses da vacina contra a covid-19”, informou.

O prefeito Bruno Covas celebrou. “A data de hoje é mais uma data festiva nessa nossa caminhada em relação a essa vacina, que é a vacina mais promissora neste momento no mundo”, afirmou. Para o infectologista do Laboratório Exame Alberto Chebabo, a vacina da Sinovac é, realmente, o imunizante em estágio mais avançado, porém, ressalta, isso não significa que, em dezembro, a vacina estará pronta para ser aplicada. “O ideal é que, depois que você que termine a aplicação nos voluntários das duas doses da vacina, você precise, idealmente, ter, pelo menos, seis meses para saber qual a eficácia dessa vacina”, explicou.

Outros imunizantes

A Farmacêutica Moderna também trouxe boas notícias sobre o progresso do imunizante testado no momento. De acordo com a empresa, a vacina experimental apresentou uma resposta boa em idosos.  “Dados provisórios da fase 1 sugerem que a mRNA-1273, nossa vacina candidata à prevenção da covid-19, pode gerar anticorpos em adultos mais velhos e idosos em níveis comparáveis a adultos mais jovens”, disse, em nota, Tal Zaks, diretor da Moderna.

A vacina produzida pelo laboratório belga Janssen, braço da Johnson & Johnson, e coordenada pelo L2iP Instituto de Pesquisas Clínicas, obteve resultados animadores. O imunizante, que será testado, também, no Distrito Federal, apresentou anticorpos em 98% dos participantes dos estudos preliminares. Os resultados publicados na plataforma medRxiv analisaram dados das fases 1 e 2 do ensaio. De acordo com o material, o imunizante teria altas taxas de resposta e anticorpos neutralizantes detectáveis 29 dias após a vacinação.