Correio braziliense, n. 20947, 29/09/2020. Política, p. 5

 

5 juízes de Witzel estão escolhidos

29/09/2020

 

 

O Tribunal de Justiça do Rio escolheu, ontem, os cinco desembargadores que vão compor o tribunal misto com a Assembleia Legislativa (Alerj) para julgar o impeachment do governador afastado Wilson Witzel (PSC). A nomeação se deu por meio de sorteio. A Assembleia Legislativa (Alerj), por sua vez, vai eleger hoje os seus cinco representantes. Para o mandatário ser cassado, são necessários sete dos dez votos.

Witzel é acusado de atos de corrupção no governo, inclusive durante a pandemia. Ele já foi alvo de denúncias do Ministério Público Federal (MPF) e passou por afastamento temporário via Superior Tribunal de Justiça (STJ), antes de também ser afastado pela Alerj. O governador não teve nenhum voto favorável nas três votações que a Assembleia fez no âmbito do impeachment: perdeu de 69 a 0, quando o processo foi aberto; 24 a 0 na comissão especial; e, novamente, 69 a 0 na semana passada, quando a Casa encaminhou o afastamento e convocou o TJ.

É por isso que, para tentar se salvar, o ex-juiz Witzel precisa mirar nos magistrados — e conquistar, no mínimo, quatro deles. É quase impossível que algum deputado mude de ideia e passe a ficar ao lado do governador, visto como “tóxico” pela classe política. Os desembargadores sorteados ontem foram: Teresa de Andrade Castro Neves, José Carlos Maldonado de Carvalho, Maria da Glória Bandeira de Mello, Fernando Foch e Inês da Trindade Chaves de Melo.

Uma vez formado, o tribunal misto vai acolher o projeto de resolução aprovado na Alerj e oficializar o afastamento. Com isso, os dez integrantes terão até 180 dias para concluir o processo e decidir se Witzel perde o mandato e tem os direitos políticos cassados. A acusação é por crime de responsabilidade.