Correio braziliense, n. 20927, 09/09/2020. Política, p. 2

 

Deltan é censurado

Renato Souza

09/09/2020

 

 

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu aplicar a pena de censura ao procurador Deltan Dallagnol, ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato no Paraná. Ele foi acusado de interferir na eleição para a Presidência do Senado, em 2018: próximo à votação, criticou o senador Renan Calheiros (MDB-AL), um dos candidatos, ao afirmar que se o parlamentar fosse eleito para o comando da Casa, dificilmente o combate à corrupção avançaria.

Ao ser alvo de censura, o procurador pode levar mais tempo para progredir na carreira e ter a ficha profissional “manchada”. No entanto, no caso de Deltan, a reputação pública que conquistou à frente da Lava-Jato ameniza prejuízos ao seu currículo dentro do MP. Foram 9 votos a 1 pela a punição

Lava-Jato perde

Com empate em 2 a 2, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retirou da Justiça Federal do Paraná as ações penais abertas contra os ex-senadores Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO). Ambos questionaram a mudança de competência no julgamento de ações contra eles, que inicialmente estava em Brasília. Os ex-parlamentares viraram réus nas ações, em maio deste ano, acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no âmbito da Lava-Jato.

 Eles são suspeitos de terem envolvimento em um esquema de corrupção montado na Transpetro, subsidiária da Petrobras. Teriam recebido propina de empreiteiras, como a Odebrecht, para manter no cargo o ex-presidente da estatal, Sergio Machado.

Os ministros Edson Fachin e  Cármen Lúcia foram por remeter o processo para Curitiba. Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, por mantê-lo em Brasília. Pela lei, o empate favorece os réus.