O globo, n. 31741, 02/07/2020. Sociedade, p. 10
ENEM deve ser realizado em maio de 2021, aponta enquete do MEC
Paula Ferreira
02/07/2020
Data ainda será definida, segundo O Ministério da Educação, em parceria com estados e universidades; 1,1 milhão, O que corresponde a 19,3% dos inscritos, participaram da pesquisa
Com quase 50% dos votos, os estudantes escolheram o mês de maio de 2021 para a realização do próximo Exame Nacional do Ensino Médio( E nem ), nas versões impressa e digital. Esseéo resultado da enquete promovida pelo MEC com os inscritos na prova. Dos quase 5,8 milhões que farão o teste, 1,1 milhão responderam o questionário. Isso representa 19,3% dos estudantes.
A opinião dos estudantes, no entanto, não será o único aspecto a ser levado em consideração na definição das datas do Enem 2020. O secretário executivo da pasta, Antonio Vogel, informou que secretários estaduais de Educação, universidades e instituições ligadas à área também serão consultados antes da definição final.
Segundo o MEC, 553.033 estudantes escolheram fazer o Enem em maio, o que representa 49,7% dos que opinaram na enquete. Outros 392.902 (35,3%) escolheram fazer em janeiro, já 167.415 (15%) querem que aprova seja em dezembro deste ano.
—A enquete serviu como um insumo para a tomada de decisão. Vamos (debater) com todos os atores fundamentais para a educação superior brasileira, inclusive o Consed, que trata da educação básica —afirmou Vogel.
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, afirmou que o cronograma deve ser definido em três semanas.
Como O GLOBO adiantou, Lopes afirmou que o Inep vai realizar o exame com um número menor de estudantes por sala para viabilizar distanciamento entre os estudantes e com medidas de higiene, como o uso de álcool em gel, o que deve encarecera aplicação do exame.
—Vamos disponibilizar álcool em gele máscaras, e fizemos um redimensionamento( do número de estudantes por sala) —disse. O presidente do In ep destacou que o instituto já está em conversa como Ministério da Economia para garantir o orçamento necessário, uma vez que o custo será maior, não só pela contratação de mais salas, mas também pelo número mais alto de inscritos neste ano. De acordo com ele, o financiamento não será um problema.
Questionado se a ausência de um ministro na pasta atrapalha as definições em relação ao Enem, o secretário executivo Antonio Vogel afirmou que os projetos da pasta estão transcorrendo normalmente.
—(A falta de um ministro) não afeta nossas rotinas, e como secretário executivo tenho a responsabilidade legal de responder como ministro substituto —disse Vogel.
O presidente do Inep anunciou ainda que a prova do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes( E nade) não será aplica danes teano devido à pandemia. O Inep anunciará em breve as novas datas. Já em relação ao Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos( Encceja),o Inep trabalha coma aplicação ainda neste ano, em dezembro.
PROTOCOLO DE VOLTA ÀS AULAS
O MEC também divulgou ontem parâmetros para a retomada das aulas na rede federal de ensino, no básico e no superior. Segundo o órgão, um protocolo de biossegurança prevê aferição de temperatura na entra dados estabelecimentos de ensino, utilização de máscaras e álcool em gele distância de 1,5 metro entre estudantes nasala de aula. Atualmente ,31 dos 41 institutos federais estão paralisados. Entre as universidades, as atividades foram interrompidas em 54 das 69 federais.
A medida foi vista por especialistas de educação como um primeiro passo da entrada do MEC no debate da retomada das aulas, impactadas pela pandemia desde meados de março. Ex-diretora de Educação do Banco Mundial, Claudia Costin afirma, no entanto, que o ministério ainda precisa atuar como condutor das discussões de políticas públicas e protocolos necessários para o retorno às salas.
— Esse protocolo não significa uma coordenação, mas, sim, uma definição para a própria rede. Além disso, seria oportuno que isso tivesse saído antes —afirma Costin.
Na avaliação de João Marcelo Borges, diretor de Estratégias Políticas do Todos Pela Educação, “bastou a saída de Abraham Weintraub do cargo de ministro para acontecer o anúncio de medidas importantes, como o protocolo para a rede e a articulação da data do Enem com estados e universidades”.
— O Comitê de Operações Emergenciais, que foi criado, precisa ser efetivo, se encontrar regularmente e tirar decisões —disse Borges.
O governo anunciou ainda que financiará internet para 400 mil alunos em situação de vulnerabilidade social, podendo ampliar o beneficio para até 1 milhão de estudantes das universidades e institutos federais, além do Colégio Pedro II. As aulas presenciais estão suspensas em grande parte das redes desde o início de março devido à pandemia do novo coronavírus.