Correio braziliense, n. 20922, 04/09/2020. Negócios, p. 7

 

TAP volta a operar em Brasília

04/09/2020

 

 

A companhia aérea portuguesa TAP retomou as operações regulares no Aeroporto Internacional de Brasília. A empresa havia interrompido os voos em 16 de março e, cinco meses depois, volta à capital federal com novos protocolos sanitários. O voo chega todas as segundas e quintas às 05h10, e decola às quartas e sábados para Lisboa, às 18h55. Mas nem todos os brasileiros podem viajar para Portugal, que está exigindo testes RT-PCR negativos de covid-19.

Segundo a Inframerica, que administra o aeroporto, ainda não há data para o início dos demais destinos internacionais que podem ser alcançados a partir do terminal aéreo brasiliense. “A Copa Airlines estuda regressar em outubro”, informou a concessionária. Para Roberto Luiz, head de negócios aéreos da Inframerica, a retomada deste primeiro voo internacional depois de meses sem operações para o exterior será de muita atenção e cuidado.

“Estamos redobrando a atenção tanto na limpeza quanto em ações e tecnologia que tragam conforto para que o passageiro possa viajar tranquilo. Este é um voo importante que liga a capital do nosso país a Portugal, um relevante centro de conexão para diversas cidades europeias. Nossa parceria com a TAP é de longa data e estamos confiantes com o retorno do voo”, explicou. 

Porém, para entrar em Portugal não basta o exame negativo para covid-19. É preciso ter residência fixa na Europa. Viagens de lazer para brasileiros que não possuem dupla cidadania não estão autorizadas. Mas existem exceções, como viagem para fins profissionais, estudos, reuniões familiares, razões de saúde e humanitárias e sob o princípio da reciprocidade, na qual o Brasil se encaixa, pois as fronteiras aéreas estão abertas. O perfil de passageiros da TAP, neste momento, é de cidadãos europeus, principalmente portugueses e brasileiros que possuem residência em Portugal ou uma segunda nacionalidade europeia.

Voos domésticos

Enquanto os voos internacionais começam a ser retomadas, a média diária de voos domésticos deve chegar a 980 no fim de setembro, conforme levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). O número representa pouco mais de 40% da quantidade prevista antes do início da pandemia do novo coronavírus. Em 2 de março, estavam programados 2,4 mil voos no país por dia, em média.

Com a reabertura da área internacional e aumento gradativo dos voos nacionais, as ações e protocolos sanitários intensificaram-se no Aeroporto JK. O espaço recebeu a sinalização necessária para manter o distanciamento social, pontos de álcool em gel foram distribuídos em todo o percurso do passageiro e os bombeiros civis da concessionária medem a temperatura de quem embarca e desembarca em Brasília. A Inframerica alertou que o uso da máscara facial é obrigatório e indispensável. O passageiro pode não embarcar se não estiver usando o acessório.

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Indústria perde espaço 

04/09/2020

 

 

Em trajetória de queda desde 2009, a participação do Brasil na produção industrial mundial caiu de 1,24%, em 2018, para 1,19%, em 2019. É o piso da série histórica iniciada em 1990. Assim, a indústria do país, que, até 2014, estava entre os 10 maiores, perdeu relevância no cenário global e passou a ocupar a 16ª posição. Entre 2015 e 2019, o Brasil foi superado por México, Indonésia, Rússia, Taiwan, Turquia e Espanha. Os dados são de estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Segundo o gerente-executivo de Economia da entidade, Renato da Fonseca, apesar de o país ter indústrias de ponta, a maioria, de pequenas e médias, tem gestão ruim. “Além da gestão e baixa produtividade, faltam investimentos em inovação e capacitação da mão de obra”, explicou.

Do lado de fora da fábrica, falta política industrial e o ambiente de negócios é ruim. “O país tem educação de má qualidade. O Brasil não fez o dever de casa. Se o governo não fizer o dele, o empresário não se sente estimulado”, afirmou Fonseca.

Ontem, o IBGE informou que, em julho, a produção industrial brasileira cresceu 8% em relação a junho, terceira alta consecutiva. A expansão, no entanto, não foi suficiente para recuperar a perda de 27% acumulada em março e abril, no auge da crise. No ano, a produção da indústria registra queda de 9,6% e, em 12 meses, de 5,7%. (SK)

Desde o início da pandemia, a Embraer adotou uma série de medidas como férias coletivas, redução de jornada, lay-off, licença remunerada e três planos de demissão voluntária (PDV). Os três PDVs tiveram a adesão de 1,6 mil colaboradores no Brasil. (SK)