Correio braziliense, n. 20913, 26/08/2020. Saúde, p. 13

 

Máscaras podem reduzir mortes

26/08/2020

 

 

O uso de máscaras faciais entre a população em geral pode ajudar a reduzir o número total de infecções e mortes por covid-19, de acordo com estudo de modelagem publicado na revista Nature Communications. Os pesquisadores descobriram que mesmo as coberturas faciais de tecido, com efeito protetor limitado, quando implantadas universalmente, podem ajudar a diminuir o contágio e os óbitos.

Colin Worby, do Instituto Tecnológico de Massachusetts, e Hsiao-Han Chang, da Universidade Nacional de Tsing Hua, em Taiwan, usaram modelagem matemática para examinar o impacto do uso e da distribuição da máscara facial entre a população em geral durante um surto de coronavírus. Os autores simularam cenários nos quais o fornecimento e a eficácia das coberturas descartáveis variaram e calcularam o número total resultante de infecções e mortes. Em todos os modelos usados, eles descobriram que, quanto maior a disponibilidade e a eficácia das máscaras, menos contágios e óbitos.

Ao modelar a adoção de coberturas faciais universais — de pano reutilizáveis —, por exemplo, os autores descobriram que a redução no total de mortes foi comparável àquela alcançada com a distribuição direcionada de máscaras descartáveis de uso médico, mesmo quando o fornecimento do equipamento cirúrgico era limitado a 10% da população. Eles constataram que coberturas faciais universais de tecido podem levar a uma redução de 3% a 5% nas mortes, sendo que e a distribuição adicional de máscaras médicas para idosos e pacientes sintomáticos pode dobrar esse efeito.

Os autores concluem que o uso de máscara facial é um componente importante das medidas de saúde pública para limitar a disseminação contínua da Sars-CoV-2. No entanto, alertam que mais estudos são necessários para obter melhores estimativas para a eficácia do uso de máscara entre o público durante a pandemia da covid-19.