O Estado de São Paulo, n.46265, 18/06/2020. Metrópole, p.A10

 

País tem mais 1.209 óbitos; SP registra recorde pelo 2º dia

Érica Motoda

Paloma Cotes

Bruno Ribeiro

Marina Aragão

Guilherme Bianchini

18/06/2020

 

 

Com dados de ontem, total de mortos é de 46.665 e de infectados, de 960.309, conforme o levantamento do consórcio da imprensa

O Brasil se aproxima cada vez mais da marca de 1 milhão de pessoas contaminadas pelo coronavírus. Ontem, o País registrou 1.209 mortes e 31.475 novas infecções em 24 horas. Com isso, o total de óbitos é de 46.665 e o de contaminações, de 960.309, conforme o levantamento do consórcio formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL com as secretarias estaduais de Saúde. São Paulo continua à frente e registrou recorde de óbitos pelo segundo dia consecutivo.

Em números absolutos, o Brasil é, desde o dia 12, o segundo país no mundo com mais mortes por covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, com 117,5 mil óbitos, de acordo com os números da Universidade Johns Hopkins atualizados até 20 horas desta quarta-feira. Em termos de infecção, o Brasil também está em segundo lugar.

O balanço de óbitos e casos resulta da parceria inédita entre jornalistas dos seis meios de comunicação, uma resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia. Mesmo com o recuo do Ministério da Saúde, que voltou a divulgar o consolidado de casos e mortes, o consórcio dos veículos de imprensa continua.

Ontem, pelo segundo dia consecutivo, o Estado de São Paulo voltou a ter recorde de mortes em 24 horas. Foram mais 389, totalizando 11.521 vítimas. Quanto ao número de infecções, foram 1.232 novos registros, elevando o número para 191.517. Projeções feitas pelo governo nesta semana indicam que o Estado pode ter até 18 mil mortes e até 290 mil casos da doença até o fim de junho. “O número que temos hoje está dentro desse cenário (de até 18 mil mortos). Toda vida conta, mas a boa notícia é que nossa taxa de letalidade está caminhando para estabilização”, disse a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, uma das gestoras à frente do Plano São Paulo, o programa do governo paulista que vem autorizando a retomada de atividades econômicas em diversas regiões em meio à pandemia. “Nosso número de óbitos está no intervalo inferior das nossas projeções, que já foram revisadas para baixo”, afirmou.

Segundo Patrícia, o número de novos casos confirmados está em alta, diferentemente do número de mortos, por causa do aumento das testagens no Estado, explicação que vem sendo reafirmada desde a semana passada por ela e outros membros do governo. A taxa de ocupação de leitos de UTI na Grande São Paulo é de 70,6%%. No Estado, esse índice está em 77,1%. Ainda segundo a Secretaria Estadual da Saúde, o Estado tem 5.257 pacientes internados em UTI e 8.423 em enfermaria, entre confirmados e suspeitos.

Havia expectativa de que o Estado divulgasse a revisão semanal e a eventual reclassificação das cidades paulistas dentro dos critérios do Plano São Paulo (que qualificam uma região em cores para autorizar ou não a retomada de atividades econômicas). Isso não ocorreu. De acordo com Patrícia, os anúncios agora serão feitos às sextas-feiras e as novas regras passarão a valer na segunda-feira seguinte.

OMS. Nesta quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a pandemia do novo coronavírus apresenta sinais de estabilização no Brasil, mas reforçou a necessidade de manter todas as precauções para evitar um novo crescimento da covid-19. O diretor do programa de emergências da entidade, Michael Ryan, ressaltou que o quadro da doença “ainda é muito severo” no País. “O crescimento não é tão exponencial quanto antes, há sinais de estabilização. Mas já vimos isso acontecendo em outros países. Eles registraram uma estabilização por alguns dias, e depois a doença decolou de novo. O momento é de extremo cuidado no Brasil”, alertou Ryan.

Números do governo

955.377

casos confirmados de covid foram registrados oficialmente até agora pelo Ministério da Saúde, conforme o boletim de ontem.

46.510

pessoas morreram, pelos registros governamentais, que destacam também o número de recuperados: 463.474.