O Estado de São Paulo, n.46264, 17/06/2020. Política, p.A5

 

Maioria do STF quer Weintraub em inquérito

Jussara Soares

17/06/2020

 

 

O plenário do Supremo Tribunal Federal formou maioria na noite de anteontem para manter o ministro da Educação, Abraham Weintraub, no inquérito das fake news. Já foram computados seis votos no plenário virtual para deixar Weintraub na mira da investigação sigilosa sobre ameaças, ofensas e fake news contra integrantes da Corte e familiares.

Os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Rosa Weber, Celso de Mello e Cármen Lúcia acompanharam o entendimento do relator, Edson Fachin, de que não cabe habeas corpus contra decisão de um integrante da Corte. Weintraub é investigado por ter chamado ministros do STF de “vagabundos”.

Cargo. A demissão do ministro da Educação já é considerada “praticamente certa” até pela ala ideológica do Executivo. A disputa no Planalto, agora, é para emplacar um sucessor. Filhos do presidente Jair Bolsonaro e integrantes do governo ligados ao guru Olavo de Carvalho defendem um substituto “à altura” para agradar à base bolsonarista. Políticos e militares, que querem um desfecho até o final desta semana, tentam convencer Bolsonaro de que é preciso encontrar um nome que blinde a Presidência de polêmicas.

Pressionados pela crise e pelo próprio presidente, olavistas cederam e já admitem a demissão para apaziguar os ânimos com o STF, mas argumentam que é preciso não desamparar apoiadores do governo nas redes sociais e nas manifestações. Para eles, o Ministério da Educação é trincheira importante na “guerra cultural”.