Valor econômico, v.21, n.5035, 03/07/2020. Brasil, p. A3

 

Brasil diz na ONU que leva a sério resposta à pandemia

Assis Moreira 

03/07/2020

 

 

O Brasil leva muito a sério sua resposta à pandemia de covid-19, afirmou ontem a embaixadora brasileira junto à Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, Maria Nazareth Farani Azevêdo, no Conselho de Direitos Humanos, em sessão sobre direitos humanos e a pandemia.

Na terça-feira, a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou que “na Bielorrússia, Brasil, Burundi, Nicarágua, Tanzânia e Estados Unidos, entre outros, estou preocupada com o fato de que declarações que negam a realidade do contágio viral e o aumento da polarização em questões-chave possam intensificar a gravidade da pandemia, minando esforços para conter sua disseminação e fortalecer os sistemas de saúde”.

A posição do presidente Jair Bolsonaro de minimizar a “gripezinha”, que já fez mais de 61 mil mortos no país, não só piorou sua imagem já ruim no exterior, como fechou as fronteiras para os brasileiros em boa parte do mundo.

A embaixadora brasileira falou no Conselho de Direitos Humanos no contexto de diálogo interativo com a Alta Comissária para os Direitos Humanos com base em seu relatório anual sobre a situação de direitos humanos no mundo, inclusive os impactos da covid.

“O Brasil leva muito a sério sua resposta à covid-19. O direito humano à saúde e o Sistema Único de Saúde (SUS), ambos consagrados em nossa Constituição, são os pilares do nosso trabalho”, afirmou a embaixadora.

Ela destacou que todas as instituições competentes no país estão realizando ações direcionadas em benefício de todos, em particular grupos vulneráveis. Observou que tem atualizado o Alto Comissariado de Direitos Humanos regularmente, mencionando que o Brasil adotou uma estratégia tripla para lidar com os impactos sociais e econômicos da pandemia. “Envolve ajuda financeira de emergência aos trabalhadores, inclusive no setor informal; suporte à atividade comercial sustentada; e assistência de renda e segurança alimentar aos grupos mais vulneráveis”, disse.

O Brasil reforçou o apelo da alta comissária para que as vacinas contra o coronavírus “sejam um bem público global, acessível a todos, independentemente do poder de compra”. Para a embaixadora, “todos aqueles que respeitam os direitos humanos devem unir forças para garantir que as vacinas sejam distribuídas de maneira justa e acessível. A seletividade não é bem-vinda quando se trata de vacinas”.