O Estado de São Paulo, n.46224, 08/05/2020. Política, p.A6

 

Teich exonera 13 e abre espaço para indicações

Mateus Vargas

08/05/2020

 

 

O ministro da Saúde, Nelson Teich, exonerou 13 servidores da pasta ontem. As trocas já estavam previstas desde a saída de Luiz Henrique Mandetta (DEM) do cargo de ministro, em 16 de abril, e algumas mudanças foram feitas a pedido dos servidores. A nova gestão tem loteado cargos estratégicos com militares e, dentro da estratégia do Palácio do Planalto de angariar apoio no Congresso, também abre espaço a partidos do Centrão, como PL e PP.

As mudanças esvaziam áreas estratégicas, como as secretarias de Atenção Primária à Saúde (Saps) e de Vigilância em Saúde (SVS). O general Eduardo Pazuello foi nomeado secretário executivo, “número 2” do ministério, e indicou mais de uma dezena de militares ao órgão, que estão sendo nomeados aos poucos. Uma das principais mudanças previstas é a nomeação do coronel Alexandre Martinelli Cerqueira na Diretoria de Logística (DLOG), área responsável por compras do ministério.

Para gestores do SUS ouvidos pelo Estadão, Teich parece “perdido”, sem dar uma diretriz sobre o que pretende fazer no ministério, e “tutelado” pelo Planalto e pela ala militar do governo. O ministro nega a tutela. Em reunião na Câmara dos Deputados, ontem, ele afirmou que é “o líder” do ministério.

Teich disse também que militares deixarão cargos estratégicos do órgão após o “tempo de guerra” de enfrentamento à covid-19. “Essas pessoas não são definitivas. Conforme a situação voltar ao normal, essas pessoas vão voltar a seus lugares e pessoas não militares vão ser colocadas”, disse o ministro. “Esse momento é de guerra.”