O globo, n. 31685, 07/05/2020. País, p. 17

 

Aliados de Bolsonaro pedem ao STF para interferir em CPI

Amanda Almeida

Isabella Macedo

07/05/2020

 

 

Deputados afirmam que presidente da comissão que apura fake news tem agido com parcialidade

 Oito deputados federais entraram com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão dos trabalhos da CPI das Fake News, anulação de reuniões, depoimentos e atos e troca do presidente do colegiado. Aliados do presidente Jair Bolsonaro, eles alegam que a CPI foi desvirtuada e que o senador Angel o Coronel( PSD- BA ), que a comanda,é parcial e ataca o governo nas sessões e em entrevistas.

O mandado foi protocolado ontem por Bia Kicis (PSLDF), Filipe Barros (PSL-PR), Bibo Nunes (PSL-RS), Alê Silva (PSL-MG), General Gião (PSL-RN), Aline Sleutjes (PSL-PR), Carla Zambelli (PSL-SP) e Carlos Jordy (PSLRJ) —todos do grupo político de Bolsonaro. A CPI tem sido alvo de questionamentos no STF. Na semana passada, o ministro Gilmar Mendes negou pedido do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) contra a prorrogação da CPI.

Os deputados alegam que a CPI foi desvirtuada. Criada em agosto de 2019, a comissão investiga “os ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público; a utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições de 2018; a prática de cyberbullying sobre os usuários mais vulneráveis da rede de computadores, bem como sob reagentes públicos; eoa li ciamento e orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio ”.

Para esses deputados, as sessões e depoimentos da CPI se tornaram “verdadeiras tentativas de deslegitimar não apenas o processo eleitoral dos membros do Partido Social Liberal, incluindo-se o Sr. presidente da República, mas também sua atuação em clara oposição ao pleito de 2018”.

“A análise eleitoral das assim chamadas Fake News era completamente acessória, revelando-se como uma das várias facetas de tal fenômeno da internet. Contudo, o que se mostrou foi a utilização exclusiva dos questionamentos da utilização de notícias falsas no processo eleitoral como objetivo precípuo de prejudicar a atuação política de membros do Poder Legislativo que se colocaram como aliados ao atual governo de situação”, alegam os parlamentares.