DIVULGAÇÃOVistoria no Rio: O ministro da Saúde, Nelson Teich, conversa com funcionários do Hospital Ferderal de Bonsucesso

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o do Senado, Davi Alcolumbre (DEMAP), decretaram ontem luto oficial de três dias no Congresso Nacional pelas mais de dez mil mortes provocadas pela pandemia de Covid-19 no país. Logo depois, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, anunciou a mesma medida na Corte. “Os números, por si só, não dão conta do tamanho da tragédia. Cada vítima tinha um nome e projetos de vida que foram interrompidos, bem como familiares e amigos que agora sofrem com essa grande perda”, diz trecho da nota assinada por Toffoli.

No Congresso, a Bandeira Nacional em frente ao parlamento ficará a meio mastro. “No momento em que o país atinge a triste marca de dez mil mortes oficiais da Covid-19, o Congresso Nacional também sofre a dor de tantas famílias brasileiras que perderam seus entes queridos, sem poder render-lhes as justas homenagens. É uma tragédia que nos devasta mais a cada dia. Dez mil pessoas, amadas e importantes para outras pessoas, cheias de sonhos, tiveram suas vidas interrompidas”, diz a nota oficial assinada por Maia e Alcolumbre. Segundo o texto, a situação é “singular”, com “nossas cidades paradas, nossas crianças sem aulas, nosso povo assustado”.

MINISTRO DA SAÚDE NO RIO

Ontem, o ministro da Saúde, Nelson Teich, visitou o Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio. Para driblar um pequeno protesto de servidores da área da saúde, ele entrou pelos fundos da unidade. Na entrada principal, manifestantes seguravam faixas e cartazes com mensagens contra a falta de estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) para o combate ao coronavírus. Há uma semana, O GLOBO mostrou que o Bonsucesso tinha apenas 18 pacientes internados com Covid-19, além de 17 infectados na emergência. Segundo profissionais da saúde, desde quarta-feira, no entanto, o Bonsucesso vem recebendo pacientes transferidos de outras unidades federais, chegando ao menos 20 doentes do Hospital Cardoso Fontes, anteontem.

— As denúncias são de que eles foram tirados até à revelia. Sem passar pelo Sisreg (sistema de regulação), o que é obrigatório. Os pacientes foram sendo transferidos para maquiar a situação do Bonsucesso,para a visita do ministro. Para parecer que os leitos estão abertos —disse o diretor clínico do hospital, Júlio Noronha. A denúncia foi encaminhada para apuração do defensor público da União Daniel Macedo. A direção informou que a abertura de novos leitos foi possível devido à contratação de novos profissionais. A Secretaria estadual de Saúde do Rio informou ontem à noite que recebeu do Ministério da Saúde 90 respiradores, aparelhos fundamentais para abrir mais leitos em UTIs.