Correio braziliense, n. 20812 , 16/05/2020. Cidades, p.16

 

54 mortes e 3,8 mil infectados

Thais Umbelino

16/05/2020

 

 

CORONAVÍRUS » O Distrito Federal confirmou ontem mais quatro óbitos por causa do novo coronavírus, sendo três moradores de Ceilândia e um de Planaltina. Executivo local anuncia a licitação para a construção de outro hospital de campanha na capital, financiado pelo Sesc Nacional

Chegou a 54 o número de mortes por covid-19 no Distrito Federal. Ontem, a Secretaria de Saúde confirmou mais quatro óbitos. Três vítimas moravam em Ceilândia e tinham entre 63 e 84 anos. Duas delas sofriam de doenças crônicas. A outra tinha 60 anos e residia em Planaltina. Além disso, o balanço divulgado pela pasta mostra que o total de infectados na capital subiu para 3.861. Desses, 1.936 estão recuperados.

O último boletim referente à situação epidemiológica da capital detalha que os homens são maioria entre os infectados: 58,5%. A incidência também é maior entre pessoas de 30 a 39 anos, que correspondem a 1.016. Considerando os 208 hospitalizados nas redes pública e privada, 86 seguem internados em unidade de terapia intensiva (UTI), com maior proporção nas faixas etárias de 50 a 59 anos e de 40 a 49 anos. A região com maior número de incidência da doença é o Plano Piloto, seguido de Águas Claras e Ceilândia. No sistema penitenciário, o número de confirmações somam 493 detentos.

Ontem, a taxa de isolamento social no Distrito Federal caiu duas posições em relação à de quarta-feira. O levantamento de uma empresa de softwares mostrou que a capital ocupa o 16º lugar no ranking nacional das unidades da Federação que mais respeitam as medidas de restrição. De acordo com a pesquisa, que teve atualização na quinta-feira, 41,9% dos brasilienses cumprem o isolamento social. Em 22 de março, a capital estava com 62,5%, momento em mais se respeitava as restrições.

Licitação

A licitação para a construção de outro hospital de campanha foi autorizada ontem pelo governador Ibaneis Rocha (MPD), ao lado de representantes do setor produtivo local. A unidade de saúde será financiada pelo Serviço Social do Comércio (Sesc Nacional) e deverá atender a comerciários e à população de baixa renda. Porém, ainda não há previsão para o início das obras e de quanto ela deverá custar. "Nós solicitamos as especificações técnicas para o GDF, do que o governo entende ser o ideal para isso e fizemos uma consulta ao Conselho Nacional, ao Departamento Nacional e ao nosso Conselho Fiscal. Estamos aguardando essa resposta para instruirmos o nosso processo, na semana que vem", explicou o presidente do Sesc, Marco Tulio Chaparro.

A expectativa é de que, após finalizada a licitação, as obras do segundo hospital de campanha do DF — o primeiro fica no Estádio Nacional Mané Garrincha — levem, no máximo, 30 dias para serem concluídas. A unidade contará com 400 leitos, sendo 360 de internação clínica, e 40, de tratamento semi-intensivo. O local onde a estrutura será erguida não foi definido. Haverá postos de enfermagem e de preparo de medicação; farmácias satélites; salas de procedimentos invasivos, de processamento, de triagem e de equipamentos; depósitos de material de limpeza e utilidades; recepções para ambulâncias; e áreas de assepsia do corpo clínico.

173 leitos

As obras para a conclusão do hospital de campanha instalado no Estádio Nacional Mané Garrincha estão em andamento. No total, foram investidos R$ 79 milhões para uma área de 6 mil metros quadrados. A unidade contará com 173 leitos de enfermaria, 20 de UTI e quatro de emergência. A Secretaria de Saúde informou que, na próxima semana, serão entregues os primeiros leitos para acolher pacientes com a covid-19. O GDF não definiu data para o término das obras.