Título: Campos na ofensiva
Autor: Colares, Juliana
Fonte: Correio Braziliense, 04/12/2012, Política, p. 2

O presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disparou fogo amigo contra o governo da presidente Dilma Rousseff ontem. Mesmo afirmando que ainda não é hora de falar em candidaturas a 2014, Campos criticou o baixo crescimento econômico e disse que, às vezes, falta rumo estratégico ao país. As declarações foram feitas durante seminário realizado em São Paulo. "Temos que ganhar o ano de 2013 na perspectiva do rumo estratégico. E às vezes parece ao país que esse rumoestá faltando."

No início de outubro, ao falar sobre a possibilidade de se lançar candidato à Presidência da República em entrevista ao Correio, o governador pernambucano mandou o recado: "Se chegar em 2014 com a economia bombando e o emprego lá em cima, o cenário é um. Se chegarem 2014commuitas dificuldades, os reeleitos frustrando os eleitores, a atitude da sociedade sobre o processo político será outra".

Ao ser perguntado ontem sobre a candidatura socialista, o presidente do PSB desconversou. Disse que quer ajudar a presidente Dilma e que tudo que o Brasil não precisa é "eleitoralizar" 2013. Depois de bater, Eduardo Campos assoprou. Afirmouaindaqueoúltimo trimestre foi duro para o mundo, de maneira geral, e que agora não é hora de apontar os erros, mas de acelerar os investimentos,coma ajuda da União, dos estados e dos municípios.O evento também contou com a presença do prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e do prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB).

Haddad aproveitou a ocasião para chamar a iniciativa privada a participar mais da gestão pública. E disse que dessa parceria podem sair inovações importantes. Para ele, o envolvimento de quadros técnicos do setor empresarial é importante para fazer o Estado se repensar e rejuvenescer. Emreferência à imagem de renovação representada por ele mesmo, Haddad disse que os "sopros de inovação" não podem vir só da classe política, mas também das empresas privadas. O prefeito do Rio de Janeiro também falou das parcerias público-privadas. Eduardo Paes disse que a centralização excessiva dos recursos tributários pela União dificulta esse casamento.