Título: Alta de 3,5% em 2013
Autor: Oliveira, Priscilla
Fonte: Correio Braziliense, 24/11/2012, Economia, p. 12

Rio de Janeiro—Após crescer abaixo das expectativas do governo em 2011 e 2012, aeconomia pode apresentar melhora no próximo ano. Para economistas que estiveram reunidos ontem no seminário “Perspectivas para 2013”, promovido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a atividade pode ter expansão de 3% a 3,5%, mas esse crescimento depende da capacidade do Estado de estimular os investimentos.

Segundo a pesquisadora de economia aplicada do Ibre, responsável pelas projeções da instituição, Silvia Matos, a retração do investimento público é uma variável-chave para compreender a desaceleração da economia brasileira durante o governo Dilma Rousseff. “A receita vem caindo muito, mas a despesa tem se elevado e esse crescimento não está ligado ao aumento do investimento pelo governo”, afirmou Silvia. Para 2013, a projeção do instituto é de expansão de 8,6% em relação a 2012 no item das contas nacionais relativo ao total investido do país, incluindo o setor privado, chamado de Formação Bruta de Capital Fixo.

Este ano, a previsão é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça apenas 1,3%. Para alcançar esse resultado, explicou Silvia, o país precisa confirmar a expansão de 1% no terceiro trimestre estimada pelo estudo do Ibre — 0,6% a mais do que o índice alcançado nos três meses anteriores. O resultado oficial será divulgado no próximo dia 30 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A melhora no terceiro trimestre foi, em parte, fruto do bom comportamento da indústria. O setor de duráveis se destacou. Mas não acredito que o desempenho será o mesmo no quarto trimestre. Além disso, mesmo no período julho-setembro, não houve difusão do crescimento entre todos os segmentos industriais”, afirmou. Para o quarto trimestre a projeção é de alta de 0,7% no PIB.

Inflacão

A expectativa dos pesquisadores é de que a inflação se mantenha abaixo do teto fixado pelo governo, com o do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançando 5,7%. Segundo Silvia Matos, o Banco Central deve manter o controle da taxa básica de juros, a Selic, para segurar os preços no intervalo da meta. “ É um cenário de inflação resistente”, afirmou a pesquisadora. O objetivo oficial de inflação é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.