Correio braziliense, n.20705, 30/01/2020. Economia, p.7

 

Aperto de cintos para salvas a Cassi

Vicente Nunes

30/02/2020

 

 

Conjuntura » Mesmo com aporte de R$ 1 bilhão do Banco do Brasil, aprovado no fim do ano passado, entidade responsável pelos planos de saúde dos funcionários da instituição financeira terá que cortar R$ 1,2 bilhão em despesas até 2023 para tirar as contas do vermelho

A Cassi, responsável pelos planos de saúde dos empregados do Banco do Brasil, terá que cortar R$ 1,2 bilhão em custos até 2023, segundo mensagem enviada aos associados pelo presidente da operadora, Dênis Corrêa. Ele deixou claro, na mensagem, que, mesmo com o aporte de R$ 999,9 milhões recebido do banco, a situação financeira da Cassi está longe de ser resolvida. A operadora vem operando com deficits por um longo período.

“Seguiremos na busca incessante pela eficiência operacional (compromisso de reduzir despesar assistenciais da ordem de R$ 1,2 bilhão até 2023), de forma responsável e cientes do compromisso em oferecer atenção integral à saúde”, afirmou Corrêa. Ele ressalta ainda que, com as mudanças no estatuto aprovadas em novembro do ano passado, será possível tocar um plano de saneamento robusto, que atenda a todas as exigências impostas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A Cassi está sob direção fiscal da agência.

“Temos a certeza de que juntos estamos construindo a Cassi sustentável e eficiente de que precisamos”, disse o presidente da operadora. Além do aporte de praticamente R$ 1 bilhão feito pelo Banco do Brasil, os associados da Cassi também terão que realizar contribuições extras.

Socorro

Antes do socorro dado pelo Banco do Brasil, a Cassi estava prestes a fechar as portas. Se o novo estatuto não fosse aprovado, ou a operadora seria liquidada pela ANS ou a carteira de clientes seria vendida para outras empresas. Havia muito interesse da Bradesco Seguros.

Uma parte dos funcionários foi contra o novo estatuto e chegou a questionar o resultado das votações. Mas o Banco do Brasil e a direção da Cassi seguiram adiante e homologaram o resultado. Agora, ressaltam integrantes da operadora e do BB, é fazer valer o esforço.

A estimativa dos técnicos é de que, com o aporte feito pelo Banco do Brasil, a Cassi conseguirá se manter de pé por dois ou três anos. O BB já avisou que não colocará mais nenhum centavo na operadora além do acordado. Isso, inclusive, está previsto na Lei das Estatais.

Frase

"Seguiremos na busca incessante pela eficiência operacional, de forma responsável e cientes do compromisso em oferecer atenção integral à saúde”

Dênis Corrêa, presidente da Cassi