O Estado de São Paulo, n. 46045, 11/11/2019. Política, p. A8

 

Fernando Henrique critica aumento da polarização no país

Isadora Duarte

11/11/2019

 

 

Ex-presidente tucano diz que cenário econômico atual pedem soluções para o crescimento e combate ao desemprego

Alternativa. FHC defende ‘centro liberal e progressista’

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou ontem o aumento da polarização política no País, acentua dacoma saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da prisão e seus embates com o presidente Jair Bolsonaro. O tucano vem defendendo que o Brasil precisa de uma alternativa que represente um centro“liberal, democrático e progressista progressista ”.

“A polarização aumenta. Sem alternativas populares e progressistas continuaremos no jogo político/pessoal”, afirmou FHC, em uma de suas redes sociais. O ex-presidente também citou o cenário econômico.

“Em meu tempo a questão central era a inflação; hoje é crescimento e emprego”, escreveu.

Assim como FHC, políticos de oposição e situação usaram ontem as redes sociais para falar sobre o cenário político após a soltura de Lula e os efeitos do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF).

Repercussão. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), candidato derrotado às eleições presidenciais de 2018, disse que “fica impressionado com o medo que tanta gente armada tem de um homem desarmado”, sem citar nominalmente o ex-presidente e nem mencionar adversários políticos.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB-/MA), comentou a troca de acusações entre Lula e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. “Descumpre a Constituição e desafia o Supremo quem diz que Lula é um ‘criminoso’. Afinal, a presunção de inocência só deixa de existir com o trânsito em julgado", argumentou Dino. Depois de o ex-presidente chamar Moro de mentiroso, o ministro afirmou que não responde a “criminosos”.

Do outro lado, parlamentares enfatizaram a sua posição favorável à prisão após segunda instância e contrária a Lula. “Lula está solto, mas ainda é condenado. Ele voltará para a cadeia, a não ser que os atuais poderosos consigam novo acordo para livrar o petista em troca da salvação de um pescoço amado”, disse a deputada federal Joice Hasselmann (PSL/SP), ex-líder do governo.

Também deputado federal pelo PSL, o príncipe Luiz Philippe de Orléans e Bragança, atacou a declaração que o ex-presidente fez sobre as eleições. “O criminoso em liberdade age conforme o plano: já distribui apoio a candidatos para eleições municipais 2020. A prioridade não é vitória ideológica mas sim voltar ter acesso a orçamento público”, afirmou.