O Estado de São Paulo, n. 45819, 30/03/2019. Política, p. A10

 

Lava Jato denuncia Temer e Moreira

Constança Rezende

Roberta Jansen

30/03/2019

 

 

 

 Recorte capturado

 

 

 

Ex-presidente e ex-ministro são acusados de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro; MPF do Rio recorre da decisão que revogou prisões

 

Constança Rezende

Roberta Jansen / RIO

 

ALEX SILVA/ESTADÃO-25/3/2019

Habeas corpus. Temer na segunda-feira passada, em São Paulo, após ser solto por decisão de desembargador do TRF-2

 

O Ministério Público Federal no Rio ofereceu ontem duas denúncias contra o ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro das Minas e Energia Moreira Franco pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro em supostos desvios no valor de R$ 18 milhões nas obras de Angra 3. Nas investigações, foram descobertas contas não declaradas na Suíça, com o equivalente a quase R$ 60 milhões, que seriam vinculadas ao esquema.

A força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio insiste na necessidade de que os dois sejam presos preventivamente e informou que, na segunda-feira, será ajuizado um recurso contra a decisão que os libertou.

O ex-presidente e o ex-ministro foram presos no dia 21, na Operação Descontaminação, deflagrada pela força-tarefa da Lava Jato no Rio. Os dois foram soltos quatro dias depois por decisão do desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2).

Os procuradores afirmam na denúncia que Temer e Moreira Franco trocaram mensagens por meio de aplicativo na madrugada do dia da prisão. Para eles, isso indica vazamento de informações sobre a detenção iminente e justifica a manutenção das preventivas.

Por volta de 1h24 do dia 21, Temer enviou uma mensagem para Moreira Franco: “Você está acordado?”, perguntou o expresidente. O ex-ministro, por sua vez, tentou ligar para Temer quase 20 minutos depois, por volta de 1h40. Como não conseguiu falar, enviou mensagem: “Estou acordado. Tentei ligar, mas você não atendeu”.

Os procuradores acompanharam as comunicações via WhatsApp entre os dois durante 86 dias. E estranharam que esse contato, justamente no dia da prisão, tenha sido o único realizado de madrugada. “Fazendo um histórico dos contatos, eles nunca tinham se falado nesse horário”, afirmou o coordenador da força-tarefa, procurador da República Eduardo El Hage.

 

Outros. O Ministério Público Federal no Rio também apresentou denúncia contra outras sete pessoas pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Entre elas, estão o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, e suas filhas Ana Cristina da Silva Toniolo e Ana Luiza Barbosa da Silva Bolognani. Eles mantinham as quatro contas bancárias na Suíça.

Também foram denunciados João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, sua mulher, Maria Rita Fratezi, José Antunes Sobrinho, Carlos Alberto Costa, Carlos Alberto Costa Filho, Vanderlei de Natale, Carlos Alberto Montenegro Gallo e Carlos Jorge Zimmermann.

A segunda denúncia do Ministério Público envolve a contratação fictícia da empresa Alumni Publicidades, como forma de dissimular o pagamento de propinas de cerca de R$ 1,1 milhão.

 

 

 

 

 Recorte capturado

 

Ex-presidente e ex-ministro são acusados de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro; MPF do Rio recorre da decisão que revogou prisões

 

Constança Rezende

Roberta Jansen / RIO

 

ALEX SILVA/ESTADÃO-25/3/2019

Habeas corpus. Temer na segunda-feira passada, em São Paulo, após ser solto por decisão de desembargador do TRF-2

 

O Ministério Público Federal no Rio ofereceu ontem duas denúncias contra o ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro das Minas e Energia Moreira Franco pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro em supostos desvios no valor de R$ 18 milhões nas obras de Angra 3. Nas investigações, foram descobertas contas não declaradas na Suíça, com o equivalente a quase R$ 60 milhões, que seriam vinculadas ao esquema.

A força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio insiste na necessidade de que os dois sejam presos preventivamente e informou que, na segunda-feira, será ajuizado um recurso contra a decisão que os libertou.

O ex-presidente e o ex-ministro foram presos no dia 21, na Operação Descontaminação, deflagrada pela força-tarefa da Lava Jato no Rio. Os dois foram soltos quatro dias depois por decisão do desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2).

Os procuradores afirmam na denúncia que Temer e Moreira Franco trocaram mensagens por meio de aplicativo na madrugada do dia da prisão. Para eles, isso indica vazamento de informações sobre a detenção iminente e justifica a manutenção das preventivas.

Por volta de 1h24 do dia 21, Temer enviou uma mensagem para Moreira Franco: “Você está acordado?”, perguntou o expresidente. O ex-ministro, por sua vez, tentou ligar para Temer quase 20 minutos depois, por volta de 1h40. Como não conseguiu falar, enviou mensagem: “Estou acordado. Tentei ligar, mas você não atendeu”.

Os procuradores acompanharam as comunicações via WhatsApp entre os dois durante 86 dias. E estranharam que esse contato, justamente no dia da prisão, tenha sido o único realizado de madrugada. “Fazendo um histórico dos contatos, eles nunca tinham se falado nesse horário”, afirmou o coordenador da força-tarefa, procurador da República Eduardo El Hage.

 

Outros. O Ministério Público Federal no Rio também apresentou denúncia contra outras sete pessoas pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Entre elas, estão o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, e suas filhas Ana Cristina da Silva Toniolo e Ana Luiza Barbosa da Silva Bolognani. Eles mantinham as quatro contas bancárias na Suíça.

Também foram denunciados João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, sua mulher, Maria Rita Fratezi, José Antunes Sobrinho, Carlos Alberto Costa, Carlos Alberto Costa Filho, Vanderlei de Natale, Carlos Alberto Montenegro Gallo e Carlos Jorge Zimmermann.

A segunda denúncia do Ministério Público envolve a contratação fictícia da empresa Alumni Publicidades, como forma de dissimular o pagamento de propinas de cerca de R$ 1,1 milhão.