O Estado de São Paulo, n. 45621, 13/09/2018. Política, p. A6
Bolsonaro passa por nova cirurgia
Tânia Monteiro, Fabiana Cambricoli e Pablo Pereira
13/09/2018
Eleições 2018 Atentado / Procedimento de emergência dura pouco mais de uma hora e, segundo médicos, e' bem-sucedido; presidenciável apresentava inchaço abdominal e náuseas
Tânia Monteiro
Fabiana Cambricoli
Pablo Pereira
REPRODUÇÃO/GLOBO NEWS-7/9/2018
São Paulo. Bolsonaro no Aeroporto de Congonhas, de onde seguiu para o Hospital Albert Einstein, na sexta-feira passada
O candidato do PSL à Presidência, deputado Jair Bolsonaro, foi submetido na noite de ontem a uma cirurgia de emergência. A nova intervenção durou pouco mais de uma hora e terminou por volta das 23h40. Segundo médicos, o procedimento foi bem-sucedido e um novo boletim será divulgado na manhã de hoje.
De acordo com boletim médico emitido às 23h pelo Hospital Albert Einstein, onde Bolsonaro está internado desde a sexta-feira passada, a cirurgia foi feita após o presidenciável apresentar um quadro de distensão (inchaço) abdominal progressiva e náuseas ao longo do dia.
Com o aparecimento desses sintomas, os médicos decidiram realizar no início da noite de ontem uma tomografia de abdome, que evidenciou a presença de aderência obstruindo o intestino delgado e a necessidade da cirurgia. A equipe que cuida do presidenciável é chefiada pelo médico Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo.
“A cirurgia correu bem, graças a Deus, dentro do previsto. Antes, eu perguntei ao médico quanto tempo duraria mais ou menos. Ele disse que não seria muito demorado, que deveria ser em torno de duas horas, mas acabou antes disso. Foi mais ou menos uma hora de cirurgia, talvez um pouco mais. Graças a Deus, correu tudo bem”, afirmou o presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, na porta do hospital. Segundo o dirigente do partido, Bolsonaro começou a se queixar de incômodo anteontem e, ontem, “passou o dia muito mal”.
“O maior receio nosso era a anestesia. Agora, ele retorna para o CTI, porque foi um novo procedimento cirúrgico, uma nova incisão, abriram novamente o abdome dele e, de novo, a recuperação da anestesia geral é sempre complicada”, acrescentou Bebianno.
Em mensagem publicada nas redes sociais às 23h10, o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do candidato do PSL, pediu orações e disse que o estado de saúde do pai “ainda é grave”. Ele voltou a escrever a 0h30: “A cirurgia de emergência acabou bem, graças a Deus! Meu pai está pagando um preço muito alto por querer resgatar o Brasil, está literalmente dando seu sangue”.
Atentado. Durante campanha na quinta-feira passada em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro foi esfaqueado por Adelio Bispo de Oliveira e foi operado na Santa Casa da cidade. No dia seguinte, foi transferido para São Paulo.
A previsão inicial é de que Bolsonaro só deverá retomar suas atividades no fim deste mês, o que o tira de qualquer agenda de campanha na rua neste primeiro turno das eleições.
Segundo cirurgiões ouvidos pelo Estado, a aderência pode ocorrer quando tecidos fibrosos gerados pelo processo de cicatrização se ligam, levando à obstrução do canal do intestino. O quadro é comum após cirurgias abdominais como a que Bolsonaro teve de se submeter. Pessoas que estiveram com ele na tarde de ontem afirmaram ao Estado que ele aparentava estar extremamente debilitado.
No boletim divulgado ainda pela manhã, os médicos informaram que haviam suspendido a alimentação oral por causa do surgimento da distensão abdominal. Esse inchaço no abdome teria rompido três pontos.
Preço
“A cirurgia de emergência acabou bem, graças a Deus! Meu pai está pagando um preço muito alto por querer resgatar o Brasil, está literalmente dando seu sangue.”
Flávio Bolsonaro, FILHO DE JAIR BOLSONARO