O Estado de São Paulo, n.45529 , 13/06/2018. POLÍTICA, p.A4

PT e MDB também vão responder por improbidade

 

 

Depois do PP, PT e MDB também deverão ser alvo de ações de improbidade administrativa movidas pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Os dois partidos dividiam com o PP o controle das três principais diretorias da Petrobrás, por meio das quais, segundo o Ministério Público Federal, foram desviados mais de R$ 40 bilhões em propinas em 10 anos.

Na ação contra o PP e seus políticos, o MPF sustenta que a legenda, como pessoa jurídica, deve ser responsabilizada, “quer porque seus agentes receberam propina por meio de doações eleitorais simuladas, quer porque seus candidatos foram eleitos com financiamento irregular, quer porque a agremiação partidária recebeu recursos públicos via fundo partidário”.

Nesta ação, o MPF pede que o PP e os políticos sejam condenados a pagar R$ 2,3 bilhões.

O MPF não comenta ações ainda não apresentadas, mas segundo apurou o Estado, o valor a ser cobrado do PT deverá ser ainda maior. Segundo os processos criminais, a Diretoria de Serviços, controlada pelo partido, arrecadaria propinas em contratos de todas as áreas – não se restringindo a negócios de sua área –, por ser responsável por fazer contratos e gerenciar obras.

Segundo os procuradores da Lava Jato, o PP (e os demais partidos que ainda serão alvo de processo) “seria beneficiário do pagamento de propina a seus candidatos por meio de doações eleitorais fictícias”.

Pela tese da acusação, “com mais dinheiro, o partido teria angariado mais cadeiras na Câmara – notadamente em virtude do sistema proporcional de votos –, assim como conquistado maior porcentual de recursos no Fundo Partidário”./ R.B.

 

Prejuízos

R$ 2,3 bi

é o valor estipulado pelo Ministério Público Federal de Curitiba em ação de improbidade administrativa contra o PP e dez políticos do partido, para ressarcimento de prejuízos causados com o desvio de contratos da Petrobrás.