Romário, que apoiou Crivella na campanha do primeiro turno à prefeitura, se queixou de não ter sido ouvido sobre a pessoa que comandaria a área dentro do governo. Ele lembrou que, na administração de Eduardo Paes, um dos secretários da pasta, Marcos Braz, foi sugestão sua.

“Não é verdade que eu não atendo o senador Romário. Quando conversamos durante a campanha, ele me pediu que cuidasse das pessoas com deficiência. A primeira coisa que fiz foi criar o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (...), para o qual convidei o senador Romário para presidir, e tenho como testemunhas o deputado federal Otávio Leite e o deputado estadual Márcio Pacheco”, divulgou o prefeito.

Crivella disse que os projetos da antiga pasta passaram para a esfera de uma subsecretaria, atualmente comandada por Patrícia Amorim, ex-vereadora e ex-presidente do Flamengo.

“Também pedi ao senador Romário que indicasse o subsecretário de Esportes e o da Pessoa com Deficiência, o que ele também declinou, pelo que fui informado, por não concordar que fossem subsecretarias, medida que tive de tomar por razão da crise econômica que vivemos”, acrescentou Crivella.

Ontem, após o prefeito se pronunciar sobre o assunto, Romário voltou a atacar Crivella, negando que tenha sido chamado para o conselho municipal ou subsecretaria. “Ele não tem palavra, não cumpre o que combinou. É mau caráter e mentiroso. Em nenhum momento me convidou. Depois do último dia em que estive com ele, 18 de dezembro, ele não mais me atendeu”. O senador, em nota, também chama o prefeito de “safado” e promete levantar, por meio de um requerimento, o currículo das pessoas no comando de empresas e pastas municipais como Riotur e Rioluz.

“Quero saber se são pessoas competentes. Tenho certeza que não. Ele está botando amigos à frente das empresas do município", acusou.

Já Crivella afirmou ontem que uma de suas primeiras medidas após tomar posse foi convocar 950 agentes de apoio à edução infantil. Esses profissionais, segundo o prefeito, vão cuidar das crianças portadoras de deficiência que estudam na rede municipal.

“Sei que o senador Romário está preocupado com as pessoas com deficiência, portanto não tem por que atacar o governo (...). Claro, todos aguardamos que o senador Romário aceite compor o conselho, para que tenhamos apoio no Senado, na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa, o que era o nosso plano desde o início. Prossigo de portas abertas para recebê-lo (...)”, disse Crivella.