AGRESSÃO - ANJ condena violência em atos

02/09/2016

 

 

Jornalistas são hostilizados em Brasília, e menina é ferida em SP

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) condenou ontem as agressões e ameaças contra jornalistas feitas por manifestantes em protestos contra o impeachment de Dilma Rousseff, na quarta-feira. Em nota, a entidade classificou os atos como “iniciativas intoleráveis de intimidação”. A ANJ também criticou a destruição de equipamentos dos fotógrafos por parte de policiais.

Anteontem, antes da votação do impeachment, profissionais da imprensa foram hostilizados por manifestantes em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília. Policiais militares intervieram para separar o grupo.

“Não se pode confundir o direito à manifestação com vandalismo, nem manutenção da ordem com violência e censura. A ANJ espera que as autoridades apurem os casos ocorridos ontem, lhes dê o devido tratamento legal e se empenhe de forma permanente em preservar o livre exercício do jornalismo”, diz a nota da ANJ.

Os atos de violência também se repetiram em São Paulo. Ontem, pelo quarto dia consecutivo, houve confronto entre manifestantes e policiais. A manifestante Deborah Fabri, que ficou ferida quarta-feira durante protesto contra Michel Temer, em São Paulo, afirmou numa rede social que perdeu a visão do olho esquerdo. Ela foi foi atingida no rosto por estilhaço de bomba de efeito moral. O Hospital de Olhos Paulista, que atendeu Deborah, não confirmou a perda de visão definitiva e diz que o “prognóstico requer cuidados especiais”. Na quarta-feira, manifestantes contra o impeachment de Dilma entraram em confronto com a PM no Centro de São Paulo.

Deborah, militante do Levante Popular da Juventude, postou na internet: “Oi pessoal estou saindo do hospital agora. Sofri uma lesão e perdi a visão do olho esquerdo, mas estou bem. Obrigada pelas mensagens e apoio logo logo respondo todos!!!".

 

 

O globo, n. 30342, 02/09/2016. País, p. 7.