O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha de perto, em Brasília, a denúncia contra ele feita ontem pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Lula tem discutido com a presidente Dilma Rousseff, ministros, advogados e lideranças petistas a estratégia de defesa contra a acusação. Para a PGR, o ex-presidente teria atuado para evitar a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, no âmbito da Operação Lava-Jato.

O ex-presidente, no entanto, nega qualquer tipo de interferência.

Lula viajou na manhã de ontem a Brasília, depois de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir a abertura de inquérito contra ele e contra a presidente Dilma. À noite, Janot ofereceu a denúncia.

O encontro com Dilma se deu depois do mal-estar gerado com a ausência do ex-presidente no palanque montado pela CUT e movimentos sociais no 1º de maio, em São Paulo. Às vésperas do provável afastamento de Dilma do cargo, Lula havia prometido participar ao lado de Dilma do anúncio do "pacote de bondades" no domingo, mas cancelou sua ida ao evento em cima da hora, soba alegação de que estava afônico e não poderia discursar.

O ex-presidente, no entanto, despachou na segunda-feira em seu instituto, em São Paulo, e recebeu o presidente nacional do PT, Rui Falcão, entre outros políticos.

Em Brasília, o ex-presidente deve conversar com Dilma sobre a denúncia analisada pelo STF e os próximos passos depois do afastamento da presidente do cargo, previsto para o dia 11.