Título: Correios sem acordo
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Fonte: Correio Braziliense, 29/09/2011, Economia, p. 18

Terminou sem acordo reunião realizada ontem no Ministério Público do Trabalho (MPT) entre funcionários dos Correios, em greve há duas semanas, e representantes da empresa, para discutir o fim do movimento. Os sindicalistas recusaram a proposta da estatal de reajuste de 6,87% sobre salário e benefícios, aumento de R$ 80 a partir de janeiro de 2012 e abono imediato de R$ 500. O acordo representaria aumento real de 9,9% no salário base inicial de agente de Correios.

Mas o impasse permaneceu sobretudo porque os grevistas não aceitam o desconto dos dias parados, mesmo de forma parcelada, como foi sugerido pelo MPT. "Ao rejeitar a proposta de parcelar o desconto dos dias parados, na presença do procurador do Trabalho e Coordenador Nacional de Liberdade Sindical (Conalis), Ricardo Brito Pereira, que mediou as negociações entre o sindicato e os Correios, a Federação Nacional dos Técnicos Industriais (Fentect) impediu o fim da greve", afirmaram os Correios, em nota. A proposta dos trabalhadores é que os funcionários atuem sem hora extra até normalizar as entregas, em troca dos dias de paralisação.

Segundo os Correios, alguns sindicatos regionais já entraram com ações judiciais com o objetivo de impedir o desconto dos dias parados, mas as decisões não são unânimes. Na Paraíba, o sindicato local obteve liminar para que não haja corte de ponto nem de vale-transporte e vale-alimentação dos grevistas. Os Correios já recorreram da decisão. No Rio Grande do Sul, porém, o pedido foi indeferido. (ACD)