Valor econômico, v. 15, n. 3738, 17/04/2015. Brasil, p. A5

Aécio evita polemizar com críticos da terceirização

Por Raphael Di Cunto | De Brasília

Pressionado por empresários, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou ontem ser favorável ao acordo inicial de seu partido em torno do Projeto de Lei (PL) 4.330/04, que autoriza a terceirização de todos os setores das empresas, mas evitou fazer uma defesa pública da terceirização da atividade-fim (a que caracteriza o objetivo principal da empresa), criticada por eleitores nas redes sociais.

A bancada de deputados do PSDB apoiava a terceirização geral e irrestrita e votou favoravelmente ao texto base, mas houve pressão de eleitores, em especial nas redes sociais, o que fez com que metade dos parlamentares tucanos mudassem de voto esta semana e passassem a apoiar a proibição de terceirizar a atividade-fim de uma empresa, que o PT e Tribunal Superior do Trabalho (TST) acusam de precarizar as relações de trabalho.

"Estou esperando que a bancada da Câmara dê uma solução, mas a minha posição pessoal era pela manutenção do entendimento anterior", disse Aécio, que evitou em sua fala comentar sobre a terceirização da atividade-fim e afirmou que se debruçará sobre o tema quando o projeto chegar ao Senado Federal.

Aécio disse que a sigla debaterá melhor o tema depois que metade da bancada mudou de voto. "Foi um conjunto de informações contrárias, tentativas de influenciar alguns dos nossos deputados nas suas bases, de forma até artificial. Vamos ver se até quarta-feira haverá evolução no PSDB para uma posição consensual", disse.