Belo Horizonte — A insatisfação com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e a corrupção no país ganharam voz e espaço ontem, na Praça da Liberdade e em algumas das principais ruas e avenidas de Belo Horizonte. Cerca de 25 mil manifestantes, segundo a Polícia Militar (PM), ocuparam e coloriram de verde e amarelo pontos tradicionais da cidade. Eles entoaram coros de “ForaDilma” durante toda a manhã e início da tarde. Anunciado logo cedo no carro de som como o “segundo grito da independência do Brasil” e uma “manifestação da família brasileira pela democracia”, o ato ocorreu pacificamente. 

Os novos caras-pintadas começaram a chegar pouco antes das 9h à Praça da Liberdade, que foi o maior ponto de concentração. Cartazes pediam o afastamento de Dilma. No carro de som, contratado pelos movimentos Vem pra Rua, Patriotas e Frente União Brasil, os animadores puxavam gritos contra o PT. “Um, dois, três, quatro, cinco mil. Ou para a roubalheira ou paramos o Brasil”, provocavam. Os locutores diziam que Dilma tingiu o país de vermelho, e pediam a todos para chamar mais gente para ir às ruas para devolver a cor original ao país. 

“Essa é a hora de mostrar nossa insatisfação com os desmandos do país”, disse o empresário Luiz Vargas, 60 anos, líder da Frente União Brasil. A turma dele inclui desde pessoas que querem somente mudanças políticas até os que pedem impeachment ou intervenção militar. 

Os manifestantes também cantaram o Hino Nacional. O comerciante Petrônio Baeta Milagres, 56 anos, que foi com a namorada, Cristina Nogueira, 56, funcionária pública, e vestiu o cachorro Set com a bandeira do Brasil. “Tem que tirar a Dilma, se ficar mais quatro anos, quando terminar não vai ter nada”, disse. A estudante de medicina Marina Thompson tinha um nariz de palhaço e manifestava insatisfação com a mudança de regras no Fies.