BRASÍLIA

Principal laboratório político do PT para continuar tentando desconstruir a liderança política do adversário Aécio Neves (PSDB-MG), Minas Gerais virou um campo de guerra entre petistas e tucanos. No momento em que o PT atravessa seu pior momento dentro e fora do governo federal, o governador mineiro, Fernando Pimentel, prepara para o mês que vem um barulhento evento político para atingir Aécio.

Em fase de conclusão, serão divulgados os resultado da devassa que a Controladoria-Geral do Estado está fazendo nos contratos e aditivos de grandes obras dos 12 anos de gestão de Aécio e do agora senador Antônio Anastasia (PSDB-MG). A cargo do controlador André Spinelli, estão sendo auditados contratos das obras de construção da cidade administrativa, da reforma da arena Mineirão, da Linha Verde que liga Belo Horizonte ao Aeroporto de Confins, obras do aeroporto de Cláudio, destinação de verbas de publicidade para a Rádio Arco-Iris - de propriedade da família de Aécio - e obras rodoviárias.

Aécio e o presidente do PSDB de Minas Gerais, deputado Paulo Pestana, dizem que o grupo de Pimentel repetirá "factoides" divulgados nos últimos anos, para tentar desviar o foco das dificuldades reais de gestão que já enfrenta.

- Estão fazendo tudo para criar um imagem de herança maldita para atingir o Aécio. O secretário de Planejamento fez um estardalhaço que só tinha R$ 700 mil em caixa para pagar uma folha de R$ 2 bilhões. Nossa bancada deu os números das contas e quanto tinha em cada uma. No dia seguinte pagaram dezembro e o 13º. Nos deram a brecha para mostrar a herança que deixamos - disse Pestana.

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Aécio diz que Pimentel não cumprirá promessas 

BRASÍLIA

Principal nome da oposição para disputar a presidência em 2018, Aécio Neves diz que o governador Fernando Pimentel "prometeu o mundo" para se eleger e não terá dinheiro para arcar com os custos de medidas como o novo piso salarial dos professores. Os tucanos dizem que depois da divulgação da auditoria, que visa atingir os tucanos, o governador petista terá que arcar com o desgaste das dificuldades de gestão.

- Me ajudar esses ataques não vão. Mas o Pimentel precisa é cuidar do governo dele. Daqui a seis meses ele vai estar nas cordas. Está todo mundo enxugando gastos e ele cria mais cinco secretarias. E a equipe que montou é muito ruim - critica Aécio.

Aécio critica a equipe do petista, que teria 11 secretários que responderam ou respondem por diversos crimes, inclusive corrupção e improbidade administrativa.

O chefe da Casa Civil, Marco Antônio Rezende, por exemplo, é réu junto com o próprio Pimentel por improbidade administrativa e violação dos princípios administrativos na implantação do projeto Olho Vivo no tempo em que o hoje governador era prefeito de Belo Horizonte. Os dois também respondem por denúncias de superfaturamento em contratos para a construção de casas populares.

Crise hídrica como munição

Já o secretário de Desenvolvimento Regional, Tadeu Martins Leite, foi condenado no ano passado por improbidade administrativa. Segundo o Ministério Público Estadual, em 2009 o atual secretário teria recebido um repasse irregular no valor de R$ 330 mil para o time de vôlei de Montes Claros, que dirigia. O montante teria sido repassado pela prefeitura da cidade, na época comandada por seu pai, Luiz Tadue Leite. O secretário de Esportes de Pimentel, Carlos Henrique da Silva, foi detido junto com o ministro dos Esportes Geoge Hilton quando desembarcam em Belo Horizonte, em 2005, com malas e caixas contendo R$ 600 mil em cheques e maços de dinheiro.

"Em todos os casos citados ou ainda não houve julgamento ou há possibilidade de recurso. O direito de defesa é constitucional e deve ser sempre observado para que se evite pré-julgamentos", respondeu Pimentel através da assessoria.

Ainda em lua de mel com o eleitorado mineiro, o governador Pimentel tem usado também a crise hídrica como munição pesada contra a gestão tucana. O líder do governo na Assembleia Legislativa , deputado Durval Ângelo (PT), já alardeia que o estrago será grande para os tucanos Aécio e Anastasia.