A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) decidiu interditar ontem o navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus, dois dias depois da explosão que matou cinco pessoas e feriu 26, de um total de 74 a bordo. Quatro pessoas continuam desaparecidas. A embarcação pertence à BW Offshore, empresa norueguesa, e estava a serviço da Petrobras em dois campos na bacia do Espírito Santo.

A Petrobras foi notificada a entregar documentos que possam ajudar a investigar o acidente e a evitar modificações ou serviços na zona do acidente, “a não ser que haja necessidade crítica de estabilização estrutural”. Foram ontem a bordo 17 pessoas. Entre as quais bombeiros que fazem buscas e especialistas.

Imagens do navio divulgadas pela Marinha mostram a unidade levemente inclinada na parte anterior, onde localiza-se a casa de máquinas e houve a explosão. Para especialistas, a explicação, apenas pela imagem, pode ser pelo derramamento de água internamente. 

O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Espírito Santo (Crea-ES) divulgou que notificará a empresa BW Offshore por falta de registro no órgão.

Problemas em 2014

Inspeções realizadas pela Marinha no ano passado apontaram problemas de segurança no navio-plataforma. A Capitania dos Portos do ES informou que o FPSO Cidade de São Mateus foi periciado no dia 3 de abril de 2014, sendo constatadas 12 deficiências na ocasião.

 

A embarcação é utilizada na extração de óleo cru e gás. Havia 74 trabalhadores a bordo quando houve a detonação. O órgão não detalhou os problemas apontados. Entretanto, soube-se por terceiros que a Marinha alertou para defeitos no sistema de detecção de incêndio e gás, destacando haver pontos com “alto grau de corrosão” em áreas do navio.

Alguns dos problemas já haviam sido apontados em inspeções realizadas desde 2009. Em nota, a capitania afirmou que as deficiências apontadas pela perícia de abril de 2014 foram corrigidas pela BW Offshore e consideradas sanadas em 28 de maio do mesmo ano.