A taxa de desemprego voltou a aumentar e chegou a 4,8% em novembro, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Comparado a outubro, o índice foi 0,1 ponto percentual superior. O indicador também foi maior em relação ao mesmo período do ano anterior, quando atingiu 4,6%. 

O resultado foi atribuído pela técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a maior procura por emprego. %u201CEntre outubro e novembro, 147 mil pessoas foram atrás de uma vaga, mas nesse mesmo período a geração de postos de trabalho foi de 105 mil%u201D, explicou. Segundo Adriana, houve uma queda de 0,8% entre outubro e novembro da população não economicamente ativa %u2014 grupo formado por pessoas que não trabalham, nem procuram emprego %u2014, o nível mais baixo da série histórica, que teve início em 2002. 

Apesar do aumento do desemprego, o IBGE avalia que a taxa de desocupação encontra-se em um patamar baixo. No acumulado do ano até novembro, o índice atingiu 4,9%. Na mesma base comparativa, em 2013, o indicador foi de 5,5%. %u201CA média atual é inferior, mas só em janeiro conseguiremos analisar o panorama real. Pode ser que dezembro altere essas médias e possamos ter números diferentes, mas, pelo retrospecto, as taxas de novembro e 
dezembro costumam ser as menores%u201D, afirmou. 

Em contrapartida, Adriana destaca que a renda média real de R$ 2.148,50, cresceu 0,7% em relação a outubro e 2,7% frente ao mesmo período do ano passado. No acumulado entre janeiro a novembro, o índice ficou em 2,8%, contra os 1,7% registrados no mesmo intervalo do ano passado. 

Cenário 
O balanço surpreendeu o mercado. Os economistas Caio Megale e Fernando Barbosa, do Itaú Unibanco, previam um resultado de 4,5% para novembro. Os especialistas, contudo, avaliam que ainda é cedo para considerar o crescimento na procura por trabalho como uma tendência, já que o emprego cresceu 0,2% com ajuste sazonal no mês. 

O que mais chamou a atenção do especialista de mercado de trabalho Carlos Alberto Ramos, professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), é que, mesmo com o Produto Interno Bruto (PIB) estagnado, a taxa de desemprego continua baixa. Contudo, em 2015, ele vê um cenário adverso, com crescimento do desemprego devido ao ajuste fiscal, ao aumento das taxas de juros, e a inflação elevada. %u201CTeremos um ambiente de pouca oferta de trabalho, principalmente no primeiro semestre%u201D, afirmou. Para ele, os setores de serviços e da construção civil serão os que vão ter mais dificuldades.