Depois do forte crescimento da carteira de crédito e de protagonizar programas do governo federal como o Minha Casa, Minha Vida, a Caixa Econômica Federal reforçou os investimentos em tecnologia de informação para tentar tirar o atraso numa área sensível para o setor financeiro. Com a modernização, o banco pretende sustentar a sua expansão, ofertar novos serviços e reduzir episódios de "sistema fora do ar", como são popularmente chamadas as panes tecnológicas que eventualmente deixam o correntista sem acesso a serviços bancários básicos. A instituição quer mudar a percepção de que está defasada tecnologicamente.
 
De 2011 para 2014, o orçamento para a área de TI deu um salto, de R$ 1,586 bilhão para R$ 2,954 bilhões. Nesse período, a parcela destinada a investimento passou de R$ 307,006 milhões para R$ 1,435 bilhão em 2014. O grosso dos aportes recentes foi para a construção de um novo Datacenter e para a troca de equipamentos antigos nas agências bancárias. Foram também desenvolvidos novos serviços para transações por telefone, internet e autoatendimento.
 
O banco pretende antecipar para 2017 a meta Prevista para 2022, que é investir 60% do orçamento de TI em inovação e desenvolvimento de novos sistemas e 40% em manutenção. Atualmente, mesmo com os investimentos já realizados, 67,05% do Orçamento de TI vai para manutenção da estrutura tecnológica existente, sobrando pouco para investimentos.
 
"Temos que investir na manutenção do sistema, mas também em estrutura modernas", destacou o vice-presidente de tecnologia da Informação da Caixa, Joaquim Lima, lembrando que, em 2010, 70% do Orçamento da Caixa para TI era destinado para manter a estrutura de tecnologia e só 30% para investimentos.
 
A urgência para dar mais musculatura ao TI foi para acompanhar, por exemplo, o crescimento do crédito de 2008 para cá, quando o banco passou a ser agressivo na concessão para atender a demanda num cenário em que as instituições privadas ficaram na retranca, conta Lima. Com esse posicionamento, a Caixa conseguiu em 2014 cumprir a meta de ser o terceiro maior banco em ativos, que estava planejada para 2022. Nesse cenário, é imprescindível acelerar os investimentos em tecnologia da informação para não perder mercado, destacou o executivo.
 
O crédito avançou a passos largos. De 2003 para cá, a carteira subiu de R$ 26,146 bilhões para R$ 576,4 bilhões ao fim de setembro último.
 
A partir de 2009, com o lançamento do Minha Casa, Minha Vida, a clientela do banco também cresceu substancialmente.
 
Segundo o vice-presidente, os investimentos feitos nos últimos três anos vão garantir o crescimento da instituição financeira por mais 15 anos.
 
 
Em março, o banco público deve colocar em operação o Centro Tecnológico Caixa (CTC), seu segundo Datacenter em Brasília, que exigiu investimentos de R$ 144 milhões em obras civis e outros R$ 96 milhões em equipamentos.
 
 
O primeiro Datacenter, também em Brasília, faz parte de uma parceria com o Banco do Brasil (BB) naquela que foi a primeira concessão administrativa, por meio de Parceria Público-Privada (PPP), do governo federal. Essa estrutura começou a funcionar em março do ano passado.
 
São investimentos que, no conjunto, dão maior capacidade de armazenamento de informações e agilidade para transferência e acesso a informações em seus sistemas. "Vamos praticamente acabar com problemas como ficar com o sistema fora de funcionamento. Os investimentos vão ajudar a resolver isso", frisou o vice-presidente.
 
No fim de semana, a Caixa migrou todos os quatro sistemas que estavam localizados em Brasília (2), São Paulo (1) e Rio de Janeiro (1) para uma plataforma integrada em Brasília. "O risco operacional era muito grande com quatro datacenters", afirmou Lima.
 
Com os sistemas funcionando, a promessa do banco público é melhorar os serviços aos correntistas e reduzir custos. Por exemplo, assim que houver aprovação pelo Banco Central, a Caixa estará pronta para colocar em operação seu banco de investimento.
 
O banco ainda investiu mais R$ 126 milhões desde 2003 para trocar todos os equipamentos das agências.
 
Dentre outros serviços que o banco pretende oferecer até o fim do ano está o lançamento de aplicativos de celular para que o cliente do banco possa fazer transações como mudar a data de vencimento de parcela de financiamento imobiliário ou utilizar recursos do FGTS para abater a dívida.
 
Segundo Lima, o desenvolvimento de funcionalidades para uso pelo celular deve ser priorizado porque aumentou muito a demanda. A instituição também observou significativo aumento das transações feitas por terminais de autoatendimento.