Título: Uma abertura para o...
Autor: Claudia Mancini
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/12/2004, Primeira página, p. A-1

Em maio, o presidente Lula deverá ir, numa única viagem, ao Japão e à Coréia do Sul. A viagem pode incluir ainda o Vietnã. O Japão será o centro das visitas, porque o Brasil quer que o país volte a investir aqui como já o fez. Segundo Amorim, a importância que se dá à Ásia tem relação com o crescimetno econômico da região. E afirmou que alguns países da Asean, que reúne economias do sudeste daquele continente, mostraram interesse em ter maiores relações comerciais e políticas com o Brasil. Caso da Tailândia e da Malásia.

Mas em 2005 o governo deve trabalhar também sobre outros contatos feitos em 2004, caso da China, Índia e Rússia. Na viagem que Lula deverá fazer ao país europeu, deverá ir acompanhado de empresários.

O ministro rebate críticas que o governo sofre de que a aproximação que busca com países em desenvolvimento terá resultados limitados, dizendo que as exportações para muitos desses mercados cresce em ritmo mais rápido do que para os desenvolvidos. "Essa crítica é de que não estudou ou que está interessado numa coisa muito específica e que só tem em país desenvolvido. "E não estamos absolutamente esnobando os países desenvolvidos." O Brasil, disse, continuará negociando a Área de Livre Comércio das Américas e um acordo com a União Européia, e fazendo ações, como reunião empresariais, nos mercados desenvolvidos.00000000

Sobre as críticas de alguns empresários de que o Mercosul deveria voltar a ser uma área de livre comércio, o ministro citou o recorde de exportações para o país vizinho que o Brasil baterá neste ano, conforme publicou este jornal na semana passada. "Recorde é recorde." Para ele, pedidos para que se volte a uma área de livre comércio é falta de visão de longo prazo. "Se nós vamos negociar sozinhos (com o fim da união aduaneira), os outros também vão negociar sozinhos." Se quisermos trabalhar individualmente, temos ganhos imediatos, de curto prazo, mas no médio e longo prazo não se ganha, se tem prejuízo.

OMC

A respeito da demanda que os países desenvolvidos já demonstraram na OrganizaçãoMundial do Comércio (OMC), para que países em desenvolvimento mais avançados, como o Brasil, deixem de ter esse status, Amorim disse achar que, no longo prazo, o Brasil tinha que começar a ter acordos que não o deixe dependente de favores que podem ser retirados unilateralmente. O ministro se referia ao Sistema Geral de Preferências (SGP), que são preferências tarifárias dados por paises ricos e que está ligado ao status de país em desenvovlimento. O movimento dos países ricos deve ter relação com o desejo de retirar esses beneficios, disse.

Sobre a Rodada Uruguai, disse naõ ter ter duvidas de que o Brasil terá de negociar a questão industrial e de serviços, "Mas o maior movimento tem de ser emagricultura", na qual há um déficit de abetura dos países ricos.

Amorim disse ser possível que encontre o novo Comisário de Comércio da União Europeia, Peter Mandelson, antes da reunião ministerail entre o Merocsul e a UE, no primeiro trimestre de 2005. O ministro gostaria de se encontroar também como negociador dos Estasos Unidso, Robert Zoellick e de outros pao´sis, para tratar da OMC e, possivelmente de outros acordos ,como a Alca. Uma data possível seria fevereiero.

Segundo ele, "na psicologia, na cultura politica do Mandelson," está imbuido um espiritio mais liberal do que seu antecessor. "Mas eu nao creio que no final isso seja decisivio."

Conselho de Segurança

O ministro disse que as primeiras movimentaçãoes para a reforma do Conselho de Segurança da ONU, no qual o Brasil quer um assento permanente, é um bom comço. O ministro disse que não se pronuncia sobre as propostas feitas na semana passada que não incluirem "Temos que usar essa abertura que existe para conseguir que a médio prazo haja uma convergência. Nós sabemos que a curto prazo isso não será possível, porque o que gostaríamos era de ver uma redução do poder de veto dos membros permanentes. Reduçao mesmo, no papel, nao vai haver. Você pode ter mecanisos que estimulem a um uso mais moderado do poder de veto. É isso o que nós gostaríamos de ver, porque é isso que faria com que o conselho fosse mais democratico. Uma limitação que poderia ser até uma autolimitação. Sem se restringir juridicamente, porque isso não se vai conseguir. Mas podemos criar mecanismos que desestimulem o uso do veto.